O Mundial anda a distrair-nos do que é verdadeiramente relevante, mas há coisas que não se podem ignorar. A «pérola» do evaporado Procurador-Geral da República, é candidata a Óscar para a frase do ano. Pinto Monteiro disse que «se corrermos a Europa, não há melhor justiça que a portuguesa». É de fazer levantar um cadáver. Contudo, não parece haver reacções. Estavam todos a ver a bola.
30 junho, 2010
Salgado ao sabor do vento
A decisão do Governo de usar a golden-share para vetar a proposta da Telefónica para compra de 50 por cento da Vivo à PT é respeitada pelo presidente do BES, um dos acionistas de referência da operadora portuguesa. Isto oficialmente. Parece que Ricardo Salgado, que tem laudatório tem sido com este governo, está prestes a terminar o «namoro» com Sócrates. O vento está a mudar e cheira mais a poder para os lados da Lapa do que no Rato.
Adepta com atributos
A mais famosa adepta do Paraguai, Larissa Riquelme, revelou que irá despir-se à frente dos adeptos se a selecção sul-americana derrotar a Espanha e marcar presença nas meias-finais do Mundial. Vendo bem as fotos a moça já não terá muito para despir, mas seja qual for o destino da equipa de Cardozo na África do Sul Larissa já tem o futuro assegurado. Já repararam onde ela guarda o telemóvel? Must!
Erros nossos, má fortuna e roubo
A FIFA evitou ao máximo passar a repetição do lance, mas os blogs não deixaram escapar a falha. Afinal Villa estava em posição irregular. Portugal junta-se ao clube dos espoliados.
Mais uma do capitão-craque...
Cristiano Ronaldo está em todas pela negativa. Atleta regular nos campeonatos, falha quase sempre nos grandes momentos, em fases finais de mundiais e europeus, especialmente na selecção. Acossado, nem sempre reage da melhor forma, como aconteceu ontem quando cuspiu para próximo de uma câmera que o seguia no final do jogo com a Espanha.
29 junho, 2010
O espírito da selecção
Uma vez mais, de cabeça erguida
Acabou. Uma derrota clara que nem valeu a frustração colectiva. À partida para o mundial, com as expectativas ao nível de água, chegar aos oitavos já seria cumprir os mínimos. Aconteceu. Menos normal é fazer uma retrospectiva sobre a performance da selecção na África do Sul e constatar que se os norte-coreanos não tivesse conseguido o passaporte para este evento acabaríamos com o score de...zero(!!!) golos marcados e um sofrido. Também não é bom augúrio saber que o melhor jogador nacional nos quatro jogos foi o guarda-redes e continua a ser um mistério o desempenho medíocre de um jogador, C. Ronaldo, pelo qual o Real Madrid o pornográfico valor de 96 milhões de euros. Queiroz cometeu alguns errros, mas não é por ele que não vamos mais longe. O treinador está à imagem e semelhança da equipa que treina, tem pouca qualidade e ambição é coisa que não nasceu com ele. Mais do que falar da substituição do professor, é prioritário mudar os órgãos dirigentes da Federação Portuguesa de Futebol. Estão há tempo demasiado na cadeira do poder. Amanhã é outro dia. As festas de verão ficaram para trás. Pobretes, mas alegretes e de cabeça erguida, como a selecção.
28 junho, 2010
Dinâmica global de fecho
Afinal há mais novidades relacionadas com o encerramento do «24 horas». O patrão da Controlinvest aproveitou a dinâmica de fecho e decidiu também fechar o gratuito «Global Notícias», repetindo no grupo o despedimento colectivo de 2009, onde mandou para a rua 122 trabalhadores. O tablóide tem a sua última edição esta terça-feira, enquanto o gratuito lança o derradeiro número no dia seguinte.
27 junho, 2010
O primeiro escândalo de arbitragem
Rui Santos já tem matéria para o seu «Tempo Extra» da noite e para relembrar a sua petição sobre a defesa dos meios tecnológicos nos estádios de futebol. O árbitro e o auxiliar não viram este golo limpo de Lampard que cruzou completamente a linha de baliza do guardião alemão. A Alemanha (na altura do golo anulado vencia 2-1) derrotou a Inglaterra por 4-1 e qualificou-se para os quartos de final. Uma reedição da final do Mundial 1966. Nessa altura, o golo inglês, também diante dos germânicos, foi considerado, quando não devia ter sido.
26 junho, 2010
Soares & friends
Mário Soares é, de facto, um fenómeno. Uma parada de estrelas, nacionais e internacionais, deslocou-se aos confins do país, a Arcos de Valdevez, para um ciclo de conferências de homenageia ao «pai da pátria», que se assemelham a um elogio pré-fúnebre ao ex-Presidente. Da esquerda, em maioria, passando pela direita, ele são políticos em funções, políticos retirados, políticos frustrados, ex-embaixadores, investigadores, ensaístas, directores de jornais estrangeiros, etc, etc. Até Gorbatchov mandou um video laudatório.
Este «Concelho de Estado» minhoto, uma ode a Soares, percorrendo a sua vida e obra em três dias, parece um daqueles jogos de beneficência que os Figos, os Zidanes e os Maradonas costumam fazer para angariar dinheiro para as crianças com fome e outros desfavorecidos. Soares é o craque, claro está. Os convidados, também como no futebol, participam com gosto na homenagem. Mas ao contrário dos jogos de beneficiência, este evento não vai terminar em empate. A equipa de «Soares & friends» já ganhou. Por goleada. Os detractores do fundador socialista não compareceram.
Este «Concelho de Estado» minhoto, uma ode a Soares, percorrendo a sua vida e obra em três dias, parece um daqueles jogos de beneficência que os Figos, os Zidanes e os Maradonas costumam fazer para angariar dinheiro para as crianças com fome e outros desfavorecidos. Soares é o craque, claro está. Os convidados, também como no futebol, participam com gosto na homenagem. Mas ao contrário dos jogos de beneficiência, este evento não vai terminar em empate. A equipa de «Soares & friends» já ganhou. Por goleada. Os detractores do fundador socialista não compareceram.
A verdade, segundo Cavaco
Não quero ser desagradável, mas o Presidente está a fazer demasiado campanha eleitoral antes do tempo para o meu gosto. O governo não é flor que se cheire, mas Cavaco não perde uma para atirar mais uns grãos de areia para a sepultura. Hoje voltou a pronunciar-se sobre a polémica em relação ao «insustentável» para remeter os jornalistas para a página da Presidência na web, sublinhando que é lá que reside a «verdade». Mas qual «verdade»? Para quem tanto apregoa a coesão nacional e o optimismo, o que se constata é que pé do Presidente está a fugir para a chinela.
Acabou o efeito do tranquilizante
Jardim despertou da letargia provocada pelo tranquilizante que o Governo da República lhe aplicou na sequência da tragédia de 20 de Fevereiro, ao pedir a demissão do ministro das Finanças devido a um alegado «boicote» de Teixeira dos Santos à Zona Franca da Madeira. O presidente do governo regional continua, no entanto, a poupar José Sócrates. Até quando?
Gestão tablóide
Já se sabe que Joaquim Oliveira é um obcecado pelas finanças. Comenta-se com insistência que vai encerrar o tablóide «24 horas», publicação que integra o seu grupo, a Controlinvest, devido ao seu crescente défice e vendas sofríveis, mas o dono da Olivedesportos não abdica das suas frequentes viagens ao estrangeiro, em voos fretados pela Cosmos, a sua agência, convidando centenas de poderosos do mundo da banca, da política, da televisão e do desporto. Aliás, metade do país que conta está por estes dias na África do Sul.
25 junho, 2010
A loucura dos cromos
É oficial: 637 cromos depois dei, finalmente, por concluída, em providencial parceria com um colega, a caderneta de cromos do Mundial 2010, patrocinada pela Panini. O último cromo, verdadeiramente difícil, foi o do jogador luso-brasileiro, Pepe. Foram várias as semanas de frustrações, negociações e de pequenas ajudas até atingir o desiderato final. Missão cumprida. Para os mais cépticos sobre a febre das cadernetas, experimentem circular pela baixa de Lisboa ou então pela zona do Centro Comercial do Campo Pequeno. Parecem pequenos "dealers" com um papel, uma caneta e dezenas de cromos enrolados em elásticos em pleno ritual da troca. Para os mais atrasados o melhor é apressarem-se. O circo começa a ser desmanchado a 11 de Julho.
Factor de diversão e distracção
Portugal cumpriu os «serviços mínimos» no Mundial 2010, qualificando-se para os oitavos de final da prova. Fica-se com a sensação que a selecção de Queiroz é ao mesmo tempo racional e esquizofrénica, alternando a competência com o «ai jesus!». Esta equipa, exceptuando o festim com a Coreia, marca poucos golos (a eterna pecha), mas ainda não encaixou qualquer tento. Segue-se a Espanha para um ambicionado duelo ibérico. Espera-se que Sara Carbonero, a jornalista/namorada de Casillas, distraia «nuestros hermanos» na próxima terça-feira, abrindo o caminho a uma provocaçãozinha de Cristiano. O pior é que Ronaldo não é propriamente impermeável às pressões do sexo feminino...
Procura-se dono para «paquiderme» abandonado
O que a seguir se relata é um escândalo nacional, abafado pela febre mundialista. O União de Leiria, falido como todos os clubes da primeira liga, prescindiu de jogar a próxima temporada no estádio Magalhães Pessoa, alegando não conseguir suportar os 250 mil euros por ano que paga à Leirisport, uma daquelas empresas municipais fictícias que serve para arranjar uns tachitos aos amigos da gestão autárquica. O Leiria decidiu jogar e treinar em Torres Novas, devido às facilidades concedidas. O destino do «elefante branco» de Leiria é que ninguém se arrisca a traçar. Eu cá por mim sugeria a implosão, como alguém já disse para o outro «paquiderme», nascido em pleno Euro 2004, nos arrredores de Aveiro.
24 junho, 2010
Não têm vontade de ir à casa de banho?
Acabou, finalmente, a partida de ténis mais longa de sempre, após dez eternas horas (não consecutivas) na marginal pista 18 de Wimbledon. O marcador londrino acabou mesmo por se confundir quando o resultado chegou aos 50 jogos. Saber quem ganhou a contenda é um mero exercício superflúo. Dentro de uns dias ninguém se lembrará destes dois cavalheiros, ilustres anónimos do mundo do ténis.
A revolução segundo Manuel João Vieira
O marasmo presidencial é tão grande que até se faz uma festa quando surge uma lufada de ar fresco. Manuel João Vieira revela ao jornal do «Metro» que pode candidatar-se, uma vez mais, às eleições para Belém, agendadas para 2011. O candidato Vieira já reúne os primeiros apoios na sua página do Facebook. Diz o putativo candidato presidencial que a revolução só acontecerá quando Portugal «reaprender a comer, beber e foder» (sic). Quem fala assim não é certamente um poeta, nem um professor de economia.
A "Copa" de Cavaco
Cavaco fala de tudo menos de presidenciais e a ânsia de discorrer sobre tudo o resto é tal que mesmo o programado homem de Boliqueime mete a pata na poça. Cavaco não se molhou sobre um prognóstico para o Portugal-Brasil de amanhã, em Durban, mas sempre foi dizendo que «gostava que a "Copa" do Mundo falasse português». "Copa", senhor Presidente? Que eu saiba ainda temos um vocábulo de raiz 100 por cento portuguesa chamado «Taça». Isso só pode ser estratégia para ganhar uns votos nos brasileiros naturalizados.
Happy meal entre potências
A guerra fria já era. As cimeiras formais entre russsos e americanos já não se fazem exclusivamente no Kremlin ou na Casa Branca, mas também podem acontecer numa casa de hamburgers. Obama e Medveded discutiram assuntos sérios ao almoço, no conhecido «Ray's Hell Burger» de Washingston, enquantro trincavam um saboroso hamburguer e as respectivas batatas fritas, acompanhados pelos tradutores e rodeados por um exército de seguranças que quase paralisaram o espaço.
Hora de fecho
Curiosa e sintomática a «breve» que o Correio da Manhã publica na sua secção de «Media» desta quarta-feira sobre o eventual encerramento do jornal «24 horas». O director da publicação da Controlinvest diz que não foi informado «oficialmente» de nada, mas é um facto que as vendas do título que se celebrizou no caso Casa Pia têm vindo a descer a pique, tornando o desfecho quase inevitável. O «DN», o «JN» e até a própria TSF continuam a dar jeito a Joaquim Oliveira para os seus favores políticos. Tudo o que for carga em excesso é atirada ao mar. É garantido.
23 junho, 2010
O império contra-ataca no futebol
Os Estados Unidos atingiram os oitavos-de-final do Mundial 2010 e o destaque que o mais importante jornal americano concede, o New York Times, revela a progressão e o interesse que a modalidade tem tido do outro lado do Atlântico. Blatter conseguiu arrastar o ex-presidente Clinton para as bancadas do estádio de Pretória, enquanto que Obama prometeu ver as partidas pela ESPN, o canal que transmite a prova nos «states». Apesar disso, os americanos só vão despertar em massa para o «soccer» quando os seus atletas desembarcarem com o «caneco» na mão. Até lá, o basquetebol e o futebol americano continuarão a levar anos-luz de avanço.
A partida mais longa...continua
Digno do livro dos Recordes. Quase 10 horas de jogo é a duração da partida do torneio de ténis de Wimbledon entre dois perfeitos desconhecidos, o americano Isner e o francês Mahut. Entraram na relva londrina às 12h12 e saíram há minutos do court, devido à falta de luz natural. No quinto set registava-se um empate a...59. Épico.
22 junho, 2010
Pré-reformado longe do turbilhão
João Cravinho, o arauto anti-corrupção, anda por Londres no seu exílio dourado, a levar uma vida de pré-reformado de luxo, enquanto em Portugal a sua bela invenção durante o seu tempo de ministro chamado SCUTS ou portagens virtuais está a motivar a revolta das gentes do norte com a decisão do governo de introduzir portagens reais. As buzinadelas deram lugar às vuvuzelas. Teme-se o pior. Rio e Menezes aproveitaram o episódio para trocar bicadas.
O guru da bola
Tem milhares de filmes, jornais e revistas que consulta religiosa e exaustivamente para saciar uma paixão sem limites chamada futebol. Excluindo o incontornável Rui Santos do «Tempo Extra», Luís Freitas Lobo é o analista de futebol mais conhecido da actualidade. O seu tom tranquilo e estilo ponderado são um oásis na imensa gritaria e no chorrilo de disparates em que se tornaram os relatos de bola na televisão. Em entrevista ao «Ensino Magazine» de Junho, Freitas Lobo considera Cristiano Ronaldo e José Mourinho os «nossos heróis contemporâneos» e rejeita o recurso a meios tecnológicos, confessando que adorou ver o golo de Maradona com a mão, em 1986. Sobre o mundial aponta o Brasil como favorito para levantar o «caneco».
Um café, a conta e um processo disciplinar
O ecologista Macário Correia, celebrizado pela frase, «beijar uma mulher que fuma é o mesmo que lamber um cinzeiro», vai restringir as idas dos funcionários da Câmara Municipal que lidera, em Faro, ao café vizinho. Parece que há uns quantos baldas que passam lá o dia - ou fazem «ronha» como diz o autarca. Quem desrespeitar esta ordem levará falta injustificada ou um processo disciplinar. Pausas para esticar os ossos, ir à casa de banho, tomar café ou fazer um pequeno jogo de playstation portable, qualquer ser humano que trabalha tem direito, o que importa aqui travar é o abuso sistemático e reiterado que existem em todos os locais de trabalho, em Portugal, na Eslovénia e no Senegal. Talvez seja mais eficaz para aumentar a produtividade moralizar as idas ao café do que propriamente extinguir feriados com simbolismo histórico e encostá-los ao fim de semana apenas para evitar as inevitáveis «pontes».
O funeral dos «enfants de la patrie»
A imagem dos jogadores franceses apertando a mão a Raymond Domenech recordou o momento dos pêsames num funeral. Assistiu-se ao enterro da França, enquanto selecção de futebol, do seu treinador, odiado em todo o «hexágono» e, já, agora, de uma geração de jogadores que terminam a sua carreira. O país está revoltado com a atitude de toda a comitiva, a imprensa despeja a sua bílis e o caso já meteu políticos ao barulho. Corajosas as palavras da ministra do desporto gaulesa que classificou a prestação dentro, e especialmente fora das quatro linhas, de «desastre moral». Gostava que os nossos governantes tivessem a mesma coragem de chamar os nomes aos bois nos momentos difíceis.
21 junho, 2010
Um trauma do carago
Definitivamente os coreanos, os do norte, não se dão bem com os portugueses. A nação tuga está eufórica, mas foi uma grande maldade que fizemos aos coreanos no primeiro jogo de futebol transmitido em directo naquele país. As imagens que a TV mostra e as fotos que as agências difundem são de desconsolo, com crianças num pranto, inconformadas com a goleada e esperançadas que dentro de quatro anos a selecção do querído líder regressará a um mundial. Já não há respeito pelos oprimidos!
Sofrimento e dor a olho nu
O DN consegue superar tudo o que é possível na arte da exposição do sofrimento e dor alheios. A foto, captada no velório de José Saramago e estampada na primeira do jornal do Marcelino, é um um momento de grande felicidade para o fotógrafo, mas não havia necessidade, como diria o «Diácono Remédios».
De bestas a bestiais
A selecção está a papel químico do país: da depressão à euforia. De bestas a bestiais. Os sete secos aos pobres coreanos é um balão de oxigénio. Até Cristiano, a estrela da companhia, fez o gosto ao pé, após um golo que foi um misto de felicidade e de arte. Depois de aberta a garrafa de ketchup, afinal já somos os maiores. No final da história acabo por ter pena dos asiáticos. Depois desta banhada vão, por certo, engrossar os campos de concentração liderados pelo seu «querido líder».
20 junho, 2010
Dupla «mão santa»
Já se sabia que Deus era brasileiro, segundo os próprios, mas esta noite ficou a saber-se que depois da mão do Deus argentino Maradona, há agora a dupla «mão santa» do brasileiro Luís Fabiano, no segundo golo do Brasil diante da Costa do Marfim. Sem recurso a câmeras o lance suscitou algumas dúvidas e foi o próprio árbitro que questionou o jogador do Sevilha sobre a eventual legalidade do lance. Risível.
Cada terra com o seu uso, cada roca com o seu fuso
A selecção francesa está a ferro e fogo, quase em permanente motim. Greve aos treinos, jogadores pegados com o treinador e até com o preparador físico, que hoje se juntou a Anelka na comitiva dos recambiados para França. O caso já chegou ao Eliseu e Sarkozy já exigiu à ministra do desporto que ponha ordem no galinheiro. Os portugueses são mais subtis. Por cá inventam-se lesões, como as de Nani e agora a de Deco, para esconder questões disciplinares. Pode ser que amanhã as coisas saiam melhor. Haja fé.
A frase do dia
«O que um chefe de Estado deve fazer é diferente daquilo que deve ser feito pelos amigos ou deve ser feito pelos conhecidos. Devo dizer que nunca tive o privilégio na minha vida, se me recordo, de alguma vez conhecer ou encontrar José Saramago», Cavaco Silva, comentando o diz ser a «polémica estéril» sobre a sua ausência no funeral do escritor falecido, TSF, 20 Junho 2010
19 junho, 2010
Dar bandeira
Informa a Lusa que a maior bandeira de Portugal, localizada no alto do Parque Eduardo VII, não se encontra a meia-haste, contrariando a deliberação de luto nacional por parte do Governo. Como a bandeira dá demasiado nas vistas devido à sua dimensão, só pode ter sido mesmo esquecimento. E dos grandes.
Panegírico a um Nobel
Os funerais dos nossos dias envolvendo figuras mediáticas estão a tornar-se autênticas festas, onde políticos, artistas e outros personagens socialmente relevantes se encontram, colocando-se em bicos de pés e fazendo de tudo para debitar umas palavritas para os sedentos microfones dos repórteres. Geralmente quase ninguém tece uma crítica ao defunto. De odiado, censor e irrascível, o morto é imediatamente «canonizado», mesmo num país laico, no que constitui um superlativo elogio fúnebre. Em Portugal os diabos quando morrem parece que ganham asas.
«Flirt» is in the air
Devido ao falecimento do Nobel passou algo à margem da actualidade a calorosa, quase carnal e erótica, troca de galhardetes entre Almeida Santos e José Sócrates. Agora que o Primeiro-Ministro terminou o «flirt» que mantinha com o «pai» Soares, vira agora toda a sua atenção para o ex-presidente da AR e presidente honorário do PS, elevando-o a referência histórica. Numa cerimónia que decorreu na Guarda, Almeida Santos comparou Sócrates ao Marquês de Pombal devido ao seu impulso reformista e considerou-o mesmo o melhor chefe do governo desde o 25 de Abril. José Sócrates devolveu o elogio na mesma moeda e classificou Almeida Santos como um sendo um dos «príncipes da democracia». «Digo com emoção que nunca conheci um político com tão bom coração, tão bom companheiro, tão bom amigo, como Almeida Santos», prosseguiu Sócrates. Tocante. O pior é que os que sofreram e sofrem na pele o processo de descolonização e as políticas muito pouco socialistas do executivo não devem pensar o mesmo. É tudo uma questão de perspectiva.
Dois casos, um castigo
Anelka foi expulso da concentração francesa por ter insultado o seu treinador, Domenech, no intervalo do jogo com o México, com seguintes palavras, que reproduzimos em francês, para não descontextualizar: «Va te faire enculer, sale fils de pute». Anelka não pediu desculpa e recebeu guia de marcha para casa. Deco não invectivou Queiroz, mas pelo menos contestou fortemente a sua autoridade. Valeu-lhe o facto de se ter desculpado, provavelmente a pedido de muitas «famílias» no seio do grupo. Octávio Machado defende hoje na imprensa que o luso-brasileiro devia ter abandonado de imediato a África do Sul depois do que disse. Deco sabe que o seu estatuto e o facto de ainda não ter um concorrente à altura para o seu lugar permitem-lhe fazer e dizer o que quer. Quem perde é a selecção.
Fruta da época
É consensual que os jornais já não valem por si. Todos os dias oferecem DVD's, livros de bolso, trens de cozinha, tudo artefactos que ficam bem em qualquer lar que se preze. O jornal «I», a passar por uma fase de indefinição na gestão e na direcção, deu-se ao luxo de oferecer aos seus leitores, com a aquisição da edição deste sábado, uma caixa de cerejas, com o alto patrocínio da Câmara Municipal de Resende, terra da boa cereja. Os lojistas e donos de quiosques é que andam com a cabeça à roda com a imparável imaginação dos responsáveis dos jornais para captar novos leitores. Não se admirem se qualquer dia junto ao periódico venha um qualquer animal para o nosso zoológico doméstico.
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