08 abril, 2009

Na lista do governador

Hoje de manhã, ao folhear a imprensa, senti-me importante. No obrigatório «CM», li «Vítor Constâncio tem cadastro de seis milhões de devedores». Ou seja, o Vítor está de olho em todo o comum dos mortais «tuga» com empréstimos bancários. O mesmo é dizer que estou na lista. O mesmo é dizer que o Vítor está de olho em mim. Mas se o caro governador do Banco de Portugal estiver tão atento como no caso BPN, a malta com tendências falcatrueiras e incumpridoras, pode estar descansada.

Top Secret, mas pouco

Um lamentável descuido de um alto responsável da Scotland Yard precipitou uma acção antiterrorista no norte de Inglaterra. Bob Quick (na foto), foi fotografado à chegada a Downing Street para uma entrevista com o primeiro-ministro Gordon Brown, com documentos «top secret» debaixo do braço, e à vista de todos, que as objectivas conseguiram captar, sem problemas. Poucas horas depois, e antes que a imprensa publicasse algum detalhe que fizesse perigar a segurança nacional, uma acção policial deteve uma dezena de suspeitos, alegadamente relacionados com a Al Qaeda.

Plastic Man Barroso

Os portugueses dividem-se: apoiar ou deixar cair Barroso para renovar o mandato à frente da Comissão Europeia? Um traidor, um fugitivo, um «vendido», dizem Mário Soares, Ana Gomes e Fernando Nobre. Um «acto patriota», é como Sócrates justifica o apoio do governo português. O presidente da AMI deu-lhe para malhar no «Zé Manel» na apresentação do livro do seu benquisto e generoso amigo Soares. Nobre disse que Durão Barroso «tem um corpo de plástico, moluscóide, de quem não tem coluna vertebral. É do tipo de políticos que pensa que, com uma plástica, tudo pode continuar na mesma», aludindo ao apoio que o ex-primeiro-ministro deu ao ex-presidente Bush. Alguma razão lhe assiste nas críticas, surpreende apenas (ou talvez não) o tom desabrido. A explicação pode residir no seguinte: parece que durante o curto mandato de Durão Barroso e Santana Lopes o «pipeline» estatal secou para a AMI. A vingança serve-se fria.

A república dos trogloditas

Muitos alertas temos ouvido sobre os perigos da «italianização» do regime português. A corrupção na justiça e na política, apanágio do povo transalpino, podia, segundo, por exemplo, João Cravinho, generalizar-se, sem remédio no nosso país. O símbolo máximo desse fenómeno chama-se Sílvio Berlusconi. Em meu entender, o «mix» para o seu êxito é um explosivo cocktail de populismo, corrupção e trogloditismo. No fundo, ele tem tudo o que um povo, igualmente, iletrado pode querer. Ontem, em L'Áquila, junto ao campo de refugiados do sismo que assolou o centro de Itália, o primeiro-ministro transalpino sugeriu aos desalojados encarassem a situação como um «fim-de-semana no parque de campismo», devido às boas condições de acolhimento proporcionadas pela protecção civil. Uma cretinice. Só de pensar que a Itália elegeu este homem 3 vezes, e já se fala na sua candidatura a presidente, acho que vivemos no céu. Apesar de tudo.

«Dream Team» da Catalunha

O «dream tem» do futebol europeu mora em Barcelona. A equipa de Guardiola cilindrou o Bayern Munique, velhos conhecidos do Sporting, em Nou Camp, por 4-0, deixando a eliminatória dos quartos de final da Champions praticamente sentenciada. Curiosamente, a melhor equipa também tem o melhor jogador, o argentino Messi, que, salvo imprevisto, já pode encomendar o fato para a entrega do Prémio de melhor jogador do ano 2009.