31 janeiro, 2009

A erosão

A torneira informativa continua a debitar informação embaraçosa para a «Sócrates Family». Agora é a mãe que também está metida ao barulho. O processo de erosão política do primeiro-ministro continua dentro de momentos. Enquanto isso, entre duas tacadas num campo de golfe da Quinta da Marinha, Cavaco, pressionado, deixa escapar que não comenta «assuntos de Estado». O Presidente anda com uma preocupante tendência para a gaffe. Já ninguém se salva no naufrágio colectivo das instituições e de políticos.

30 janeiro, 2009

Mais achas para a fogueira

A JSD lança segunda-feira a campanha «Pinocrates». Pela amostra, e dado o contexto político, a campanha promete dar que falar.
PS: Nem de propósito. O «Sol» de hoje, sábado, revela que um dos homens-chave portugueses mais vezes citado na comprometedora troca de e-mails, pedindo subornos, é conhecido por «Pinocchio».

O tio laranja (Parte I)

José Sócrates já não deve poder ver Júlio Monteiro à frente, mas depois da entrevista deste último ao «Jornal Nacional» de Manuela Moura Guedes, a relação deverá ficar irrecuperavelmente danificada. Julio Monteiro é dos tais que tem uns lapsos de memória, mas diz tudo o que lhe vem à cabeça.
Senão vejamos: O tio do Primeiro-Ministro confessou que não vê ou fala com o «menino de ouro do PS» há muito tempo, mas sempre que se cruzavam trocavam um fraterno beijo. Com um indisfarçável desgosto, Monteiro acrescenta que desde que chegou a líder do Governo, «Sócrates não tem tempo para a mãe, quanto mais para mim». Mas a revelação da noite aconteceu quando o tio rico confessou na TVI que «se o PSD estiver por detrás desta história, não votarei, pela primeira vez na vida, no PSD». Bombástico. Está desmontada a cabala. Monteiro é o testa de ferro da conspiração laranja. Com o olho clínico que José Eduardo Moniz tem para a TV, não me admirava que «agarrasse» o homem para um qualquer programa de humor.

O tio laranja (Parte II)

«Quem não teme, não deve» (sic), Júlio Monteiro, tio de Sócrates, em entrevista no Jornal Nacional da TVI

Entrada de leão, saída de Rendeiro

João Rendeiro prepara-se para dar à sola do Banco Privado, que liderou e ajudou a destruir. O banqueiro está muito confiante no trabalho que o novo presidente, Diogo Vaz Guedes, «o Diogo», nas palavras do próprio, vai desenvolver. A polícia continua a investigar as alegadas maroscas no BPP. Quando se lembrarem de falar com Rendeiro, possivelmente ele já estará, de papo para o ar, num qualquer paraíso...tropical. O costume.

Ele é que os topa

«(...)Estranho o comportamento (da Procuradoria-Geral da República no processo de investigação da Freeport). Estando (o processo) em segredo de justiça, a Procuradoria multiplica-se todos os dias em comunicados. A querer provar não sei o quê», Alberto João Jardim, Agência Lusa, 30 Janeiro 2009

29 janeiro, 2009

Hilariante, no mínimo

Judite de Sousa - Onde é que está o primo de José Sócrates?
Cândida Almeida - Não posso dizer, senão ele foge!
Fonte: «Grande Entrevista» da procuradora-geral adjunta à RTP, 29 Janeiro 2009. Os jornais revelaram há dois dias que Hugo Monteiro se encontra a tirar um curso de marketing na China.

O eterno pântano

Está longe de ser o meu colunista de eleição, mas António Costa escreve hoje no «Diário Económico», jornal que dirige, um editorial certeiro e oportuno. Compara o país «a um suicida que está à beira do precipício e que julga ter no passo em frente a solução para os seus problemas» e afirma que «Portugal está em risco de cair num pântano, ainda mais pantanoso do que aquele que levou António Guterres a demitir-se de primeiro-ministro na ressaca das eleições autárquicas de 2001». De acordo. Só uma ressalva. Fizeram-nos crer que vencemos o défice, o desemprego e a falta de esperança. Só se esqueceram mesmo de informar a população que estamos no pântano por um motivo: afinal, nunca de lá saímos.

O crime (quase) perfeito

Ainda não está nada provado, mas, alegadamente, o caso «Freeport», a confirmar-se, corresponde ao crime perfeito, perpetrado por «tugas» e, ainda mais perfeito, facilitado por governos de gestão. O crime torna-se menos perfeito se na história entrarem promotores e polícias britânicos. Afinal, quem disse que havia crimes perfeitos?

Campanha «à pala»

Em altura de saldos, os promotores do «Freeport», não o negócio, mas o espaço comercial de Alcochete, devem estar loucos de alegria. Sem gastar um tostão, a superfície tem sido falada em todos os meios, especialmente na última semana. Uma verdadeira campanha publicitária multi-meios «à borlix». Parece que os visitantes aumentaram. Só falta os lojistas se pronunciarem sobre o dinheiro em caixa registado.

Frenesim socrático

Os momentos Sócrates, encenados para TV, multiplicam-se. Três aparições num espaço de 6 dias. Um frenesim. De resto, a mesma «cassete». «Poderes ocultos», «campanha negra» e «calúnia», foram os argumentos utilizados pelo Primeiro-Ministro. Uma novidade: disse não conhecer Manuel Pedro, um dos protagonistas do enredo. Veremos se os próximos desenvolvimentos não desmentem a sua versão. A teoria da demissão caiu por terra. Como comenta o leitor «Tino» no post anterior, em qualquer investigação judicial que o possa atingir, «ele está mais seguro no poder».

O julgamento político

Enquanto se aguarda o comunicado da Procuradoria, o «DN» de hoje confirma que Sócrates consta da lista de suspeitos da polícia inglesa, mas ressalva que a única prova do alegado envolvimento do político português é um DVD. Válido para a justiça britânica, mas pouco relevante para a justiça portuguesa. O julgamento político, esse, continua dentro de momentos. A sondagem que disponibilizamos no canto superior direito pergunta aos leitores o que pensam sobre o futuro de Sócrates no caso de este ser constituído arguido no caso Freeport. A votação decorre até sábado.

28 janeiro, 2009

Quinta-feira negra (por antecipação) para Sócrates


A revista «Visão» avança na sua edição de amanhã que Sócrates é o ministro suspeito para a polícia inglesa no caso Freeport. Um «furo» jornalístico de primeira água. O «Sol» já tinha «dito» o mesmo há várias semanas, só que nunca teve coragem de o escrever para não ser processado. Aguarda-se um comunicado de S. Bento e um processo para os advogados da Edimpresa tratarem. Já a «Sábado» afirma que os ingleses querem ver as contas bancárias do nosso Primeiro e estão já a investigar um e-mail que terá sido enviado pela empresa «Smith & Pedro» para um alegado domínio pessoal de Sócrates.
Até tinha piada que, caladinha, e sem saber ler nem escrever, a Manuela chegasse ao «trono», no caso do «monarca» em funções tombar da cadeira.

A feira

Num dos foruns televisivos da tarde, um telespectador comparou os dotes oratórios do Primeiro-Ministro aos de «um vendedor de cobertores de feira». A reputação de Sócrates anda mesmo pelas ruas da amargura. Não se traduz é, ainda, em sondagens.

Será que ela pode?

O advogado, Jorge Ferreira, sugere no «Tomar Partido» que um dos próximos «Prós&Contras» seja sobre o caso do Freeport. Será que a D. Fátima Ferreira pode e o Governo deixa?

A frase do dia

«(...)Falo directamente à secretária de Estado. Deixe o apelido Clinton, que já se parece muito a um casaco coçado e com os cotovelos rotos, recupere o seu apelido, Rodham, que suponho ser de seu pai. Se ele ainda é vivo, já pensou no orgulho que sentiria?», José Saramago, no blog Caderno de Saramago, 28 Janeiro 2009

Professor de costa direita

Mário Soares e Freitas do Amaral são dois dos «senadores» da pátria que não podem ser levados muito a sério. Acumulam opiniões parciais, tendenciosas e pouco independentes. Ontem, no «Dia D», apresentado pela bonequinha de porcelana, Ana Lourenço, o ex-MNE, recomposto da operação à coluna que o obrigou a abandonar as Necessidades, alimentou quase 60 minutos de elogio sem freio ao executivo e a Sócrates. Se se confirmar o boato que Amado irá para a Comissão Europeia ou para o Parlamento Europeu, Freitas deverá ter o lugar garantido como chefe da diplomacia portuguesa. É que em política, os favores têm sempre contrapartidas...

27 janeiro, 2009

O mundo ao contrário

O «Telejornal» do canal 1, apresentado, curiosamente, pelo director de informação da RTP, José Alberto Carvalho, privilegia para o alinhamento inicial as buscas ao BPP e a audição parlamentar de Dias Loureiro, sobre o caso BPN. A primeira referência ao caso «Freeport», acontece apenas depois. Às 20h17. Eco das declarações do Procurador, uma reportagem com um ex-dirigente do CDS que denunciou o caso e pouco mais. A governamentalização informativa em todo o seu esplendor. Custa admitir, mas há dias em que o historiador da Marmeleira tem razão...

Dar o peito ao manifesto

A astróloga e relações públicas Maya é mais uma invenção do mundo cor de rosa indígena. A senhora é uma nulidade e limita-se a tratar da sua vidinha. Nas últimas semanas fez do seu «enchimento de macrolane» no peito um caso nacional. De 32B, passou para 34C. «Ficaram muito mais bonitas», disse, Maya, despindo-se, de preconceitos. Uauu! «Sinto-me com um corpo de 30 anos», confidencia ao «Correio da Manhã». Que faça bom proveito e que lhe dê bom uso. Depois desta exposição não se queixe é de perseguição por parte dos «paparazzi».

Vertigem

Judiciária, Ministério Público e CMVM estão nas instalações do Banco Privado Português (BPP), passa em rodapé na SIC-Notícias. Se existir alguma detenção preventiva será a cereja no topo do bolo. É espantosa a velocidade da informação e a capacidade dos «media» em trucidarem notícias. Estará em curso o processo de branqueamento do «Freeport»?

26 janeiro, 2009

Interrogações socráticas

O Frederico Duarte Carvalho, no seu blog «Para Mim Tanto Faz», descobriu por que é que chamam «menino de ouro» ao secretário-geral do PS e Primeiro-Ministro de Portugal. Vai daí, repescou uma reportagem que deu brado, publicada em 2004, na revista «Focus», da autoria de João Vasco Almeida e João Ferreira, com o sugestivo título: «A vida secreta de José Sócrates», prosseguindo com o seguinte lead: «mora num prédio de luxo, faz vida de rico e declara, como único rendimento, o seu ordenado de deputado». Sócrates processou os jornalistas por difamação, mas, passados estes anos, o processo continua a apanhar pó, em algum tribunal lisboeta. Confira aqui o artigo.

TV Luanda

Na situação em que o mercado publicitário se encontra, ouve-se falar alegremente na multiplicação das televisões. A «TVI24», no cabo, estreia em Fevereiro e o quinto canal, em aberto, deverá ir para o ar em meados de 2010. A ZON quer fazer um canal baratinho, «low cost», bem entendido, enquanto a misteriosa Telecinco, encabeçada por David Borges, Carlos Pinto Coelho e Ana Rangel, filha do mentor disto tudo, Emídio Rangel, pretende criar uma coisa «à grande e à angolana».

Critérios empresariais modernos

Ainda sou do tempo em que um banco português despedia as colaboradoras que engravidavam. Agora, em período de aperto e de crise, há um poderoso grupo de comunicação social que aponta o caminho da rua aos funcionários que demonstram menos disponibilidade e dedicação profissional, nomeadamente por causa da pressão familiar. Alô, é do Sindicato dos Jornalistas? Alô, é do Ministério do Trabalho?

Dupond & Dupont


A actualidade manda e exige uma nota prévia. Crespo convidou e desconvidou, à última da hora, para o seu programa de entrevistas de segunda-feira à noite, o putativo líder da oposição, Passos Coelho, e chamou o ministro Silva Pereira, também conhecido por «o clone» de Sócrates, para debater o caso «Freeport». Vendo bem as coisas, eles são tão parecidos, na fisionomia, nos gestos e até na substância do discurso.

O menino Sócrates escreve 200 vezes no quadro...

«Juro pela minha honra que não conheço e nunca me foram apresentados, o meu tio, o meu primo e o Charles Smith. Juro também, que nunca fiz compras no Freeport»

25 janeiro, 2009

O apalermado Mr. Smith

A novela «Freeport» tem uns actores um bocado apalermados. O tio de Sócrates, Júlio Monteiro, já tinha dado um ar da sua patetice, mas hoje o País foi surpreendido pelas palhaçadas do arquitecto Charles Smith, com o suave toque a Joe Berardo. Confirme na reportagem da RTP emitida no «Telejornal». Não vale rir.

O português tranquilo

Está confirmado. Após aturadas negociações, Paulo Bento vai mesmo dar a cara pela seguradora «Tranquilidade», pertencente ao Banco Espírito Santo. «Com muita tranquilidade», vai ser o slogan que sairá da boca do treinador do Sporting durante a campanha publicitária em jornais, rádio, tv's, outoors e mupis, que deve prolongar-se por um mês. Tão criticado pelo seu cabelo exótico e pela forma peculiar de falar (Bento nunca perdeu aquela «musiquinha» entranhada aquando da sua passagem pelo Oviedo, em Espanha), Paulo Bento arrisca-se a ser uma máquina de fazer dinheiro. Com o beneplácito, tranquilo, da sua entidade empregadora, o Sporting.

«Blackberry One»

Barack Obama é o orgulho dos negros, dos canhotos e também dos utilizadores do Blackberry. O novo presidente americano fez finca-pé em querer manter o brinquedo, criando mais uma dor de cabeça das grandes aos serviços de inteligência. Obama vai ter à sua disposição um Blackberry 8830 World Edition, para aceder à net e enviar e receber e-mails, apenas de colaboradores, familiares e amigos mais próximos. Depois do «Air Force One» e do «Marine One», o avião e o helicóptero presidenciais, surge agora o «Blackberry one».

Da selva para a praia

Exibindo um corpo escultural, Ingrid Betancourt, 47 anos, foi fotografada pela revista «Caras», na sua versão colombiana, numa praia de Miami, em convívio familiar e de mão dada com um «amigo». A ex-política foi libertado em Julho passado, após 6 longos anos de cativeiro na selva colombiana detida pelos guerrilheiros das FARC.

O regresso de «M&M's»

Marques Mendes sempre foi um especialista em cultivar a proximidade com os jornalistas e, quando lhe interessava, passar-lhes a perna. Mesmo agora que está retirado, «M&M's» quebrou o antigo compromisso que tinha com a Rádio Renascença para ser comentador residente na estação da Rua Capelo, alegando indisponibilidade súbita. Diz-se nos mentideros que Mendes será cabeça de lista do PSD para as próximas europeias. Ou seja, outros valores, menos católicos e mais políticos, se terão levantado. Quanto não vale ter uma amiga como a Manuela.

A frase do dia

«Sócrates é um actor de telenovelas», Joaquim Aguiar, politólogo, semanário «Sol», 24 Janeiro 2009
PS: À atenção de José Eduardo Moniz...

Ainda existe o «Compromisso Portugal»?

Manuel Falcão, um dos mais ecléticos colunistas da nossa praça, questiona, oportunamente, no imperdível suplemento de fim-de-semana do «Jornal de Negócios», «onde anda o "Compromisso Portugal?"». Boa pergunta. Em ano eleitoral, os nossos intervenientes empresários ficaram, subitamente, emudecidos. Uma rápida pesquisa no site reforça essa ideia. O assunto em destaque ainda é a convenção no Beato, realizada em Setembro de 2006.

24 janeiro, 2009

Marcelo na corda bamba

Corre, com cada vez maior insistência, o rumor que a RTP não renovará o contrato, que termina em Abril, com Marcelo Rebelo de Sousa para o programa «As escolhas de Marcelo». A homilia social-democrata do professor é, frequentemente, ultrapassada nas audiências pela homilia socialista de António Vitorino, às segundas-feiras. A confirmar-se este cenário, Marcelo ficará livre para outros voos políticos. Para seu substituto, recomendamos aos «chefes» do canal do Estado, José Fragoso e José Alberto Carvalho, «as escolhas de...Alberto João Jardim». No mesmo dia, no mesmo horário e, why not, com a mesma moderadora, só que a partir da Quinta Vigia para o resto do mundo. Era um fartote de riso todos os serões domingueiros assistir aos dislates do homem que «adora bater no primeiro-ministro».

23 janeiro, 2009

Acossado

A TVI e o «SOL» avançam que o ex-ministro do Ambiente de Guterres, e actual Primeiro-Ministro, estará «implicado no pagamento de luvas em troca do licenciamento do Freeport». Sócrates e o seu gabinete reagem, céleres, ao desfiar do novelo. A lição do caso da licenciatura está bem presente no seu espírito. Crescem as suspeições. Primeiro um tio desbocado. Agora, um primo que quer contrapartidas por um negócio. Relações perigosas. Cabala ou não, isto começa a cheirar mal.

A frase do dia

«Fazer política em condições de normalidade é como navegar com GPS, mas esta crise não vem nos livros. Temos de nos guiar pelas estrelas. O problema são as nuvens», Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, Agência Lusa, 23 Janeiro 2009

22 janeiro, 2009

A mácula

Há já algum tempo que andamos a «bater no ceguinho». Não uma, não duas, não três, não quatro. Mas por cinco ocasiões, alertámos para o que aí vinha no «Caso Freeport». É, de facto, uma coincidência que o assunto volte a ganhar força a poucos meses de eleições, ainda por cima, depois do Ministério Público ter reiteradamente afirmado desconhecer qualquer evolução digna de registo, mas não deixa de ser igualmente intrigante que o nome do actual Primeiro-Ministro volte a ser referenciado. As buscas efectuadas no escritório do tio materno de Sócrates constituem a cereja no topo do bolo que faz deste caso uma enorme incógnita. Na opinião pública, poucos esquecem a trapalhada que foi o escândalo da licenciatura do Primeiro-Ministro na defunta Universidade Independente. Esse, foi o momento de maior apuro nos quase 4 anos de legislatura. Sócrates e o seu executivo não resistiriam a uma segunda mácula chamada «Freeport» que, por outro lado, podia ser o balão de oxigénio para um PSD à deriva.

Esta história dava um filme

Em Lisboa, tudo se converte em polémica. Desta feita, mais uma dicussão estéril. Depois das ruidosas corridas de Fórmula 1, Avenida acima e abaixo, agora é a vez dos ambientalistas contestarem o stress e o frio a que estão expostas as pobres vaquinhas na Praça de Espanha, na campanha promovida pelo turismo açoriano.
Mas nem tudo é mau pela capital. Uma boa notícia. 25 anos depois, reabriu o Cinema Alvalade, na Avenida de Roma, propriedade da cadeia de cinemas do Campo Pequeno e Beloura, por exemplo. Dizem que vão passar filmes alternativos/independentes e apostam em ser um cinema «de rua», em detrimento do que existe nas grandes superficies. Não sabemos se há pipocas, mas teme-se que sim.

Aconteceu na América

Obama tem razão: a América é o país onde é tudo possivel. O melhor: Timothy Geithner, o secretário do Tesouro indigitado, a braços com o escândalo de ter fugido aos impostos em 50 mil dólares, humilha-se diante dos membros do Senado, pede desculpa e faz o seu acto de contricção pela conduta inapropriada. Remédio santo. Não cairá em tentação.
O pior e, de alguma forma, a contradição com o anterior caso: a obsessão legalista que faz com que o presidente Obama seja obrigado a repetir o juramento solene, um dia depois, por uma inadvertida troca de palavras na posse. Na terra onde tudo é possível, provavelmente Obama teve medo de algum impeachment...

Proposta decente e democrata-cristã

Não é novidade para ninguém. Paulo Portas é um «olheiro» de primeira água na caça de talentos políticos. Um perfil publicado hoje na revista «Sábado» sobre Assunção Cristas, a nova vice-presidente do CDS, revela que Portas «descobriu» a docente universitária durante um debate do «Prós e Contras» sobre o aborto. Vidrado na argumentação da senhora, Portas conseguiu, por portas e travessas, o contacto de Assunção e por volta das duas da manhã, (como sabem Portas e Marcelo são os portugueses que menos horas dormem por noite) enviou um SMS à senhora (ao melhor estilo Cristiano Ronaldo, mas sem propostas indecentes), elogiando a sua performance televisiva. Um café romântico no «Linha d' Água», junto ao El Corte Inglés selou a empatia. O «namoro» político, prossegue e, pelos vistos, com êxito. Com uma condição: Assunção pediu a Paulo para não convocar reuniões do partido para o fim da tarde. Não é tarefa fácil cuidar de três petizes com 3, 5 e 7 anos.

Ironia sem abrigo

Retive esta informação recentemente, a propósito das reportagens de Natal publicadas na imprensa. Uma das maiores densidades populacionais de sem-abrigo da capital, cerca de 50, está sediado junto às arcadas do Ministério das Finanças. Pernoitam por ali todas as noites. Ironia das ironias.

O pivô strikes again

Mário Crespo voltou a fazer das suas. Modéstia à parte, parece que leu o nosso post de ontem. O convidado do seu «Jornal das 9» foi...Augusto Santos Silva. «O homem põe e as notícias dispõem», foi o aforismo «mariocrespiano» inventado esta noite pelo pivô.

O advogado auto-mediático

Castanheira Barros, advogado de Coimbra, que se distinguiu pela luta contra o processo de co-incineração, é um daqueles «cromos» muito difíceis de arranjar nas cadernetas. Teve os seus 15 minutos de fama quando tentou candidatar-se à liderança do PSD, mas não logrou as 1500 assinaturas necessárias para formalizar o acto. O homem que idolatra A J Jardim, envia mails a um ritmo quase diário e remete a sua revista de imprensa pessoal sempre que é citado em algum órgão de comunicação social, com o sugestivo título: «Saiu hoje». Há de tudo: comentários políticos, opiniões sobre televisão e até anedotas sobre o Benfica. Promoção pessoal, bem entendido. Moral da história: podem falar mal de mim, mas o importante é que falem. As suas páginas pessoais na net (com blogs, acção politica e poesia) é uma autêntica feira de vaidades. Navegar para crer.

21 janeiro, 2009

A frase do dia

«Se, por esta altura, o cão de origem portuguesa já fosse o animal de estimação da família Obama, boa parte dos nossos jornais exibiriam uma fotografia da tomada de posse e a legenda: "Preto jura a Constituição sob o olhar do Bolinhas"», Ricardo Araújo Pereira, in revista Visão, 22 Janeiro 2009

Esta vida de marinheiro

A entrevista já tem uns dias, mas só ontem a conseguimos resgatar. Mário Crespo, a «estrela» do momento e com lugar cativo aqui no blog, deu uma entrevista de fundo (aquelas tontamente chamadas de «vida») ao quase insignificante "Semanário Económico", agora publicado ao sábado. Disse o senhor Crespo à júnior que o entrevistava, que prefereria McCain a Obama, porque a «credencial racial» não é suficiente, mas confessou a sua predilecção pelo Primeiro-Ministro português: «Provavelmente votarei Sócrates (...) em quem mais? (...) Neste momento, não vejo alternativa nenhuma (...) A gente de quem se rodeou são as pessoas mais fiáveis no país». Como um jornalista também é um cidadão, Crespo tem todo o direito em expressar-se, mas, seguramente, ficarei acometido de um ataque de urticária quando, um destes dias, ele convidar para se sentar à sua frente no estúdio da SIC, Silva Pereira, Santos Silva, Alberto Martins ou até o próprio Sócrates. O homem, que também se diz amigo de Horácio Roque e de Mr. Joe (por quem trata por «José», his real name) Berardo, confessa que tem um sonho: atravessar o Atlântico num barco à vela.
CRESPO - Take 1
CRESPO - Take 2

A crónica de um bom malandro enfermo

A Lusa divulgou uma notícia que revela que José Oliveira e Costa, o único detido preventivamente no caso do regabofe no BPN, está «extremamente debilitado» na sua saúde. Desmaios em público, exames em hospitais e visitas de especialistas em cardiologia à sua cela do EPL têm sido uma constante nos últimos dias. Seria uma infeliz coincidência para os investigadores que o «Zeca Diabo» - alcunha de Oliveira e Costa - tivesse de ser libertado devido à degradação do seu estado de saúde. As autoridades tiveram tanto trabalho e esperaram tanto tempo para apanhar o único malandro à face da terra que roubou o banco privado que não será fácil voltar a meter outro dentro da «gaiola».

As patetices do comandante

Todos se lembram da triste figura que o presidente do Comité Olímpico Português fez durante os Jogos de Pequim. Vicente Moura devia ter saído, sem pena, nem glória, mas agarrado ao poder, por lá se manteve. Amuadinho com a possibilidade de Portugal e Espanha organizarem um Mundial da bola em 2018, «el comandante» proferiu umas patéticas declarações hoje ao «DN»: «É pena que não se tenha feito um estudo sobre as vantagens e virtualidades de organizar os Jogos Olímpicos em Portugal, para se saber se é ou não um disparate». Vicente Moura dixit. Disparate talvez não seja, mas é capaz de ser uma cretinice. Tenha juízo. Reforme-se, homem!

Obama, dia 1

A avaliar pelo primeiro dia de presidência, Barack Obama arrisca-se a ser mais frenético do que Sarkozy. Para começar, medidas em catadupa, uma das quais, simbólica, congelar os salários de altos cargos da sua administração que aufiram mais de 100 mil dólares/ano.
Ainda sobre Obama, aproveitamos este post para agradecer a Pedro Rolo Duarte por ter citado, uma vez mais, este blog no seu programa «Janela Indiscreta» da Antena 1, mais concretamente o texto em que chamámos a atenção para as «expectativas messiânicas» que rodearam a cerimónia de tomada de posse do 44.º presidente americano.

W. passa testemunho a H.

Quando passava 1 minuto das 12 horas de ontem (em Washington) entrou em funcionamento o novo site da Casa Branca. Uma completa ruptura com o anterior modelo, que durou 8 anos, com George W. Bush. Agora, é Barack H. Obama quem mais ordena.

20 janeiro, 2009

Dar o peito às balas

Os 10 minutos em que Obama e a «first lady» caminharam pela Avenida da Pensilvânia, em Washington, deverão ter sido dos mais difíceis para os serviços secretos americanos. O presidente empossado saiu do «Cadilac» e, de mão dada com a esposa, acenou à multidão em completo êxtase, «dando o peito às balas», em sentido figurado e também literalmente. Um sinal de coragem. Esperemos que tenha correspondência na prática política.

So help me God...


«O mundo mudou e devemos mudar com ele»

Discurso na íntegra (Inglês)
A audiência da tele-cerimónia desta tarde deverá ter sido comparável a uma qualquer final de um campeonato do mundo de futebol. Estavam reunidas as condições para gerar expectativa em todo o mundo. Um espectáculo à americana que não defraudou, mas nada mais do que isso. Quanto ao discurso de Obama as opiniões dividem-se. Brilhante para uns. Elementar e óbvio para outros. Não houve slogans brilhantes retirados da cartola - o «Yes, we can» foi só mesmo para captar votos em massa no período de campanha. Repetiu o essencial, através de um discurso duro, com a âncora assente na mudança e na esperança. Aliás, chega de retórica. O conto de fadas terminou. Baixem o homem à terra e ele que prove o que vale. Obama já demonstrou vontade em resolver os primeiros problemas com que a sua administração se depara nas primeiras 100 horas de trabalho. A questão que se coloca é esta: será que ele pode?
PS: Menos mal que o Diabo Bush já regressou, de malas aviadas, ao seu rancho do Texas. Obama pode não ser milagreiro, mas pelo menos na atitude, a América vai mudar do dia para a noite.