04 abril, 2009

«Chafurdar» nos jaquinzinhos

Vai um granel dos diabos na twittosfera por causa do artigo escrito hoje pelo director do «DN», João Marcelino. A história conta-se rapidamente: o almoço de Marcelino e um colega de profissão (António Tadeia, director de «O Jogo», segundo o próprio Marcelino revela) foi parar ao Twitter, a rede social da moda para jornalistas, comentadores e deputados. Furioso com a violação de privacidade, Marcelino diz ainda que o repasto foi jaquinzinhos e que nas sua calças ostentava uma nódoa de café que, contudo, o delator não observou. Transcrevemos, em seguida, um excerto da prosa, com destinatários bem identificados, nomeadamente Fernanda Câncio, redactora do seu jornal, e os seus homólogos do «Expresso» e do «Público», Henrique Monteiro e José Manuel Fernandes. Basta ler as twittadas mais recentes, para confirmar que todos acusaram o toque. O vocábulo «chafurdar» indignou muita gente. Que lindo ver a «aldeia» jornalística a lavar roupa suja.
«(...)Confesso: também frequento o twitter, de vez em quando, à procura de ideias interessantes, e de notícias, mas o que ali vejo predominar por enquanto é o egocentrismo, a vaidade mal disfarçada, e, imagino, muito problema de solidão. Já que me deram o pretexto, aproveito: faz-me confusão ver pessoas com responsabilidades - no jornalismo, na política, em muitas áreas da vida social portuguesa - a discutirem em público temas tão interessantes como o exame da próstata, a informarem-nos sobre o que comem, a dizerem aos seus fanáticos e devotos "seguidores", que cultivam com evidente gozo e em orgulhosa competição, onde estão e o que fazem. Sinceramente, respeito mas não gosto. Em definitivo, só estranho que estas novas estrelas do big brother twitter, algumas das quais se rebelaram na altura contra o tabloidismo de determinados formatos televisivos, chafurdem agora no mesmo mundo, oco e exibicionista, ainda por cima de borla. O José Castelo Branco, ao menos, fazia-se pagar pelas rábulas. E às vezes tinha graça, o que não é de somenos(...)»

Eu não estou aqui para enganar ninguém!

O «semanário independente», como pomposamente se intitula o «Jornal de Odivelas», dedica a sua última manchete às previsões astrológicas de Francisco Guerreiro, «tarólogo e guia espiritual», como é identificado, para 2009. Segundo as «cartas e os astros» de Guerreiro ditam, o PS de Odivelas vencerá as autárquicas sem maioria, enquanto Hernâni Carvalho, o antiga segurança da TV do Estado e mediático candidato do PSD à mesma câmara, terá se de contentar com a medalha de bronze. Mas os dotes adivinhatórios não se ficam por aqui. Na política doméstica, o tarólogo diz que Sócrates ganha com maioria nas legislativas, o mesmo é dizer que Manuela Ferreira Leite sairá derrotada, sucedendo-lhe o professor Marcelo. No caso Casa Pia, Carlos Cruz será ilibado pelo tribunal, no desporto o FC Porto renovará o título de campeão nacional e em assuntos internacionais, Obama retirará as tropas americana do Iraque e conseguirá o milagre de relançar o processo de paz israelo-palestiniano. Curiosamente, o «guia espiritual» não refere desenvolvimentos sobre o Caso Freeport. Provavelmente, porque já antecipa o arquivamento do processo ou a sua eternização.

Transferência Real

O resultado da sondagem aqui promovida sobre a polémica em torno da braçadeira de capitão da selecção nacional não podia ser mais claro: Cristiano Ronaldo não merece liderar a selecção das quinas dentro de campo. A maioria dos que se pronunciaram não esconderam a sua simpatia por Simão Sabrosa. Parece que o «efeito Ronaldo» vai perdendo gás, isto no dia em que a imprensa espanhola ventila que o futuro do jogador, a partir do Verão, será em Madrid, onde envergará, em definitivo, a camisola do Real, depois da «falsa partida» do último defeso. Os valores em jogo são verdadeiramente obscenos: 82 milhões de euros pela transferência. O sonho milionária da babada D. Dolores vai mesmo ser concretizado.

A reconstituição

Gerry McCann e alguns elementos da sua pandilha regressaram ao aldeamento da Praia da Luz para a reconstituição da noite do alegado desaparecimento de Madeleine. O objectivo é fazer um documentário para posterior emissão num canal britânico. Presume-se que os dinheiros do tal fundo milionário se estejam a esgotar. Entretanto, o turismo na zona continua de rastos. A «má publicidade» à Praia da Luz nos últimos 2 anos, serviu para atrair curiosos, mas afugentou turistas.