Vai um granel dos diabos na twittosfera por causa do artigo escrito hoje pelo director do «DN», João Marcelino. A história conta-se rapidamente: o almoço de Marcelino e um colega de profissão (António Tadeia, director de «O Jogo», segundo o próprio Marcelino revela) foi parar ao Twitter, a rede social da moda para jornalistas, comentadores e deputados. Furioso com a violação de privacidade, Marcelino diz ainda que o repasto foi jaquinzinhos e que nas sua calças ostentava uma nódoa de café que, contudo, o delator não observou. Transcrevemos, em seguida, um excerto da prosa, com destinatários bem identificados, nomeadamente Fernanda Câncio, redactora do seu jornal, e os seus homólogos do «Expresso» e do «Público», Henrique Monteiro e José Manuel Fernandes. Basta ler as twittadas mais recentes, para confirmar que todos acusaram o toque. O vocábulo «chafurdar» indignou muita gente. Que lindo ver a «aldeia» jornalística a lavar roupa suja.
«(...)Confesso: também frequento o twitter, de vez em quando, à procura de ideias interessantes, e de notícias, mas o que ali vejo predominar por enquanto é o egocentrismo, a vaidade mal disfarçada, e, imagino, muito problema de solidão. Já que me deram o pretexto, aproveito: faz-me confusão ver pessoas com responsabilidades - no jornalismo, na política, em muitas áreas da vida social portuguesa - a discutirem em público temas tão interessantes como o exame da próstata, a informarem-nos sobre o que comem, a dizerem aos seus fanáticos e devotos "seguidores", que cultivam com evidente gozo e em orgulhosa competição, onde estão e o que fazem. Sinceramente, respeito mas não gosto. Em definitivo, só estranho que estas novas estrelas do big brother twitter, algumas das quais se rebelaram na altura contra o tabloidismo de determinados formatos televisivos, chafurdem agora no mesmo mundo, oco e exibicionista, ainda por cima de borla. O José Castelo Branco, ao menos, fazia-se pagar pelas rábulas. E às vezes tinha graça, o que não é de somenos(...)»
«(...)Confesso: também frequento o twitter, de vez em quando, à procura de ideias interessantes, e de notícias, mas o que ali vejo predominar por enquanto é o egocentrismo, a vaidade mal disfarçada, e, imagino, muito problema de solidão. Já que me deram o pretexto, aproveito: faz-me confusão ver pessoas com responsabilidades - no jornalismo, na política, em muitas áreas da vida social portuguesa - a discutirem em público temas tão interessantes como o exame da próstata, a informarem-nos sobre o que comem, a dizerem aos seus fanáticos e devotos "seguidores", que cultivam com evidente gozo e em orgulhosa competição, onde estão e o que fazem. Sinceramente, respeito mas não gosto. Em definitivo, só estranho que estas novas estrelas do big brother twitter, algumas das quais se rebelaram na altura contra o tabloidismo de determinados formatos televisivos, chafurdem agora no mesmo mundo, oco e exibicionista, ainda por cima de borla. O José Castelo Branco, ao menos, fazia-se pagar pelas rábulas. E às vezes tinha graça, o que não é de somenos(...)»