03 dezembro, 2008

De olho na «Visão»

A ler com atenção, um extenso artigo na «Visão» de quinta-feira sobre «a vida, os negócios, os amigos e as ligações políticas» de Dias Loureiro ou como ele «construiu uma das mais influentes redes de poder do Portugal democrático». Outra curiosidade: a sociedade gestora que o ex-MAI partilha com o também ex-MAI, Jorge Coelho, dá pelo nome de «Valor Alternativo». Imaginação não lhes falta. Voltaremos ao tema depois de devidamente documentados.

A frase do dia

«Muitos ainda hoje dizem que fui roubado pelo Benfica, mas na realidade foi exactamente o contrário. O Sporting é que queria raptar-me, mas não conseguiu porque não gosto nada do Sporting. Sou benfiquista», Eusébio, em declarações durante a apresentação do livro de João Malheiro, A Bola Online, 3 Dezembro 2008

A nova ordem mundial da beleza

Na lógica de construção de ícones estéticos e mediáticos, prevalece o «Rei morto, Rei posto».
A prestigiado revista «People» nomeou, há dias, Hugh Jackman o homem mais sexy do mundo, destronando George Clooney e Brad Pit, entre outros galãs da alta roda. Jackman anda pela Europa a apresentar um dos previsivelmente grandes filmes de 2009, chamado «Austrália», onde contracena com a sua compatriota do país dos cangurus, Nicole Kidman.
Ainda não são conhecidos os efeitos colaterais desta nova ordem mundial da beleza, mas é provável que a «Nespresso» prescinda dos serviços de Clooney para as próximas campanhas. Isto de ser afastado da liderança do ranking dos mais «guapos» pode ser fatal para a reputação do ex-doc do «Serviço de Urgência». E mesmo para servir cafés é preciso ser o mais bonito.

Palavra de procuradora

A procuradora Cândida Almeida garantiu em entrevista no fim-de-semana, e passamos a citar, para que não fiquem dúvidas: «Neste momento não há suspeitos no caso Freeport, nem políticos nem pessoas com grande relevância social». Prelúdio de abafamento do caso sem deixar pistas?

Considerações e abordagens sobre o descanso

Tenho que reconhecer que, como diz um amigo meu, «ler jornais é um exercício de coragem mental». As abordagens são, por vezes, demasiado pobres e previsíveis. As nossas gazetas deixaram de surpreender. Mas o pior acontece quando o tema nobre escolhido para a manchete é deplorável. Aconteceu hoje no «Jornal de Notícias». «Trabalhadores param um terço do próximo ano», titulou. «O próximo ano terá menos fins-de-semana prolongados e possibilidades de ponte do que 2008, mas continuará generoso. Cinco feriados vão calhar à terça ou à quinta-feira e em Junho será possível tirar umas miniférias», começa assim uma notícia que, salvo melhor opinião, não justificava tão desmesurado destaque. O jornal pôs ainda a falar um especialista em recursos humanos que do alto da sua cátedra estimou que o PIB pode sair prejudicado com os «137 dias de descanso» que o JN lobrigou. Ao que sabemos, leitores atentos, já remeterem ao jornal e-mails indignados com a peça jornalística. Da minha parte, faço o meu reparo neste local. E, à laia de curiosidade, sugiro que investiguem o motivo porque é que os portugueses precisam de trabalhar (curiosamente) 137 dias do ano para pagar impostos ao Estado.

Obrigado, senhor Primeiro-Ministro!

«Famílias portuguesas podem esperar ter melhor rendimento disponível em 2009», José Sócrates, Agência Lusa, 3 Dezembro 2008