15 abril, 2009

A armada invencível da «velha Albion»

O FC Porto foi melhor nos dois jogos, o Manchester foi mais eficaz. É sempre assim. Este país continua inebriado por triunfos morais. Cristiano Ronaldo marcou um dos melhores golos da temporada. E três equipas inglesas jogam as meias finais da Champions. Nada é por acaso. O dinheiro e o espectáculo residem na «velha Albion». Fica aqui a aposta para um colossal embate entre Manchester United e Barcelona, a 27 de Maio, no Olímpico de Roma.

Quando a política comanda a Justiça

O advogado José Maria Martins acha que decisão do caso Casa Pia só será conhecida depois das eleições. O seu colega, e ódio de estimação, António Serra Lopes, está de acordo com ele, pelo menos uma vez. Os causídicos perfilham o ponto de vista que uma sentença, de condenação ou de absolvição, de personalidades mediáticas teria, sempre, uma leitura política. A franqueza fica bem aos dois advogados, mas depois não nos venham contar histórias que a justiça e os juízes são independentes do poder político. Esses conceitos só mesmo nos livros de Princípios Gerais de Direito.

O deputado que só fala verdade

Ventura Leite é, provavelmente, o único deputado socialista verdadeiramente livre. Depois de ter manifestado a sua desconfiança no ministro Mário Lino, o parlamentar, licenciado em finanças, utilizou os 10 minutos a que têm direitos por sessão legislativa todos com assento no Parlamento, para criticar o Governo, afirmando que «o país está num rumo que, não sendo corrrigido, irá conduzir ao desastre, ou pelo menos ao descrédito no plano internacional». As verdades devem valer-lhe a condenação ao ostracismo nas disputadas listas para as próximas legislativas.Em política nada se esquece, tudo se paga.

Figurante ou larápio?

A RTP emitiu hoje uma interessante reportagem sobre a ascensão social da profissão de... figurante. São cerca de 30 mil (leram bem, 30 mil!) que estão inscritos, não nos centros de emprego, mas nas empresas que angariam as claques para bater palmas e ensaiar gargalhadas a soar a falso. Como a procura é maior do que a oferta de concursos, o trabalho está longe de ser muito e muito menos regular. A remuneração também não é famosa. Num dos exemplos dados pela «peça», um figurante, para fazer figura de corpo presente, recebe uns magros 12 euros por uma gravação matinal e vespertina. Mesmo que houvesse trabalho nos dias úteis de um mês, a coisa não rendia mais de 300 euros. Isto sem impostos. Agora se percebe, o motivo pelo qual a profissão de larápio continua a ganhar adeptos...

O director secreto

Enquanto se aguarda pelo número 2 da Playboy «tuga», permanece incógnita a identidade do director da publicação. O responsável que consta na ficha técnica chama-se Manuel Lopes da Silva, mas este nome não consta dos registos da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas. O sinistro grupo detentor do título recusa revelar o verdadeiro nome do seu director. Outro tabu. Quase que mais interessante de seguir, do que o conteúdo integral da primeira revista.

Dizem que a letra tem a ver com o Sócrates


Música: Sem eira nem beira
Xutos & Pontapés

Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramarEnganar/Despedir
E ainda se ficam a rirEu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudarConseguir/EncontrarMais força para lutar...
(Refrão)Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar/A enganar o povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão

Fonte: Jornal «Público»