04 janeiro, 2011

Demagogo Nobre

Fernando Nobre tem uma obra meritória na AMI, mas é um demagogo de mão cheia. Hoje vem para os jornais dizer com estardalhaço que o governo gasta dinheiro em ir diariamente buscar e trazer assessores do executivo que moram na zona do Ribatejo, mas fica incomodado sempre que lhe perguntam porque que é que quase metade da sua família faz parte dos órgãos dirigentes da instituição que dirige desde sempre. Deve ser coincidência dos apelidos Nobre numa entidade de solidariedade social.

César tirou um Coelho da cartola

Vai em grande a campanha eleitoral para as presidenciais. «Campanha suja», «lodaçal» e até Cavaco já anda meio irritado com as incómodas questões sobre o BPN, reeditando as suas célebres expressões de espanto e pavor. Esta cinzenta campanha está a precisar da energia do madeirense José Manuel Coelho e dos seus elegantes fatinhos brancos para animar a coisa. Para já sem tempo de antena televisivo no prime-time dos canais nacionais o Coelho já recebeu a mãozinha do arqui-inimigo do candidato Cavaco, o presidente do governo regional dos Açores, Carlos César, que lá arranjou uma entrevisteca ao bom do Coelho em pleno «Telejornal» na RTP-Açores. Isto não é para quem quer, é para quem pode.

Um espanhol com maus fígados

O piloto de Fórmula 1 Fernando Alonso escolheu Porto Santo para passar umas férias em paz com a namorada, mas acabou, ele mesmo, por semear a confusão na ilha madeirense. Começou logo por ameaçar à chegada que ia dizer mal da ilha, se alguém ousasse persegui-lo ou incomodá-lo. Ontem foi a vez da sua namorada, uma cantora pop de sucesso no país vizinho, levar uma chapada de um pacata cidadã portosantense que viu a sua propriedade invadida pela cara-metade da estrela do volante, perseguindo um paparazzi amador que ousara fotografá-la num passeio de bicicleta. Decididamente estes tempos não correm turisticamente de feição para a Madeira. Se depender da palavra de Alonso, a reputação de Porto Santo vai ser arrasada.

O serviço público no seu melhor

Graças a Deus que não tenha insónias e não preciso de, madrugada dentro, ligar o televisor para chamar o sono. Mas a avaliar pelo desempenho jornalístico das madrugadas da RTP-N acho que estou a perder grandes momentos. Das 2 às 6 da manhã este menino, cujo nome desconheço, só meteu argoladas de rebimba o malho. Ou é um grande nabo ou então na régie decidiram pregar-lhe uma partida. O pormenor da garrafa de água ao soar das 3 da manhã é de fazer chorar as pedras da calçada. É o serviço público no seu melhor.

A frase do dia

«O Estado está controlado pelo proxenetismo político dos socialistas (...) a culpa do estado a que chegámos é da passividade dos portugueses e da mitologia herdada do 25 de Abril - que foi desastrosa», Alberto João Jardim, em entrevista a «O Diabo», 4 Janeiro 2011