31 agosto, 2010

E esta, heim?

O discurso de Carlos Cruz nas entrevistas que tem dado nos últimos dias é claramente de «eu sei que vou ser condenado», só não sei é quantos vou levar. Curiosa é a ameaça que vai divulgar tudo o que sabe sobre os nomes que estão envolvidos no escândalo Casa Pia e não foram investigados. Há tanto tempo que o caso se arrasta, não é de estranhar que o «senhor televisão» mencione a identidade de algum alegado pedófilo já falecido. E esta, heim?

Diálogos crispados

Muito se fala do carácter crispado do nosso «premier», mas por momentos, na entrevista de Carlos Queiroz a Guedes de Carvalho, na SIC, pareceu-me estar a ver um «tête a tête» entre Sócrates e Ricardo Costa. Ambos crispados, a esticar a corda, usando e abusando dos galões de «30 anos de carreira», um no jornalismo, outro a treinar putos e graúdos ao melhor estilo «globtrotter». Principais ilações: se bem percebi a «cabeça do polvo» que alegadamente o professor terá chamado a Amândio de Carvalho também pode ser uma «nuvem», o ainda seleccionador nacional diz que o dinheiro não é prioridade nenhuma e que a sua principal preocupação é limpar a imagem e a honra. Rodrigo esteve quase a recitar a célebre frase do «vai fazer análises para a coisa da tua mãe», mas conteve-se a tempo. Teria sido um grande momento.

Laurent Fignon (1960-2010)

Há 25 anos sem ganhar um Tour, a França desespera por um campeão. Desde Hinault, o último a chegar de amarelo aos Campos Elísios, em 1985, e Laurent Fignon, ganhador em 1983 e 1984, que os gauleses não exultam na sua prova nacional. Na memória de todos fica o dramático final de volta a frança em 1989, em que Fignon perdeu o Tour para Greg Lemond, por 8 segundos - a menor diferença de sempre na ronda francesa. Fignon, o ciclista de rabo de cavalo e de óculos, faleceu hoje aos 50 anos com um cancro no pâncreas. Na sua recente visita a uma etapa do Tour, já com o «bicho» dentro de si, Fignon dizia que não era justo morrer com 50 anos. Mas quem disse que a vida era justa?