Ao fim de quase 4 anos de governação, Sócrates viu-se confrontado com a primeira entrevista dura de roer. Um verdadeiro «cross fire» protagonizado pelo «rottweiller» Ricardo Costa, sempre a morder as canelas do Primeiro-Ministro, e do menos espontâneo, mas igualmente firme, Gomes Ferreira. Valha a verdade que, pelo menos, do lado dos entrevistadores as perguntas foram agressivas, competentes e insistentes. Pior, ou melhor, como preferirem, de certeza, só faria Manuela Moura Guedes, o auto-intitulado «rotweiller» da TVI. Do lado de Sócrates, o recurso aos truques habituais. Falar e repisar do que está a fazer e do que mais ninguém fez, avançar e rebobinar a «cassete» das medidas anunciadas. Descaiu-se ao reconhecer que a recessão será uma inevitabilidade, lá implorou, a pedido de «muitas famílias», pela maioria absoluta e escudou-se, vezes sem conta, nas suas muletas «desculpe» e «dê-me licença». Utilizando uma linguagem futebolística, um «anti-jogo» que só serve para «queimar» tempo e atrapalhar quem faz perguntas. Prosseguindo no desporto, Sócrates esteve, nomeadamente nos dossiers da dívida externa e das obras públicas, contra as cordas. Suou as estopinhas, mas lá se ergeu. Lamentável o «esquecimento» a que foi votado o maior partido da oposição nesta entrevista. Ouviu-se falar uma vez do PSD. Manuela Ferreira Leite pareceu não existir. Foi olimpicamente ignorada. Está bom de ver que mesmo tendo ultrapassado o canal das tormentas, leia-se, a SIC, Sócrates sai por cima. Abanou, mas não caiu. Vai ganhar, pelo menos as legislativas, só não se sabe é por quantos. Talvez a sua sorte seja não ser obrigado a submeter-se a uma entrevista televisiva (como a desta noite) com a periodicidade com que vai ao Parlamento, quinzenalmente. Mas para além de um «animal feroz» ele é um homem com «estrelinha»...
05 janeiro, 2009
Processo de «clintonização» em curso
Continua de «clintonização» da administração Obama e dos seus homens de confiança. O presidente eleito americano anunciou hoje que escolheu Leon Panetta, ex-chefe de gabinete de Bill Clinton, entre 1994 e 1997, para director da CIA, os serviços secretos norte-americanos. Do curriculo de Panetta consta uma escassa folha de serviços em matéria de segurança. Cresce a convicção de que Clinton & Clinton serão as eminências pardas de Obama na Casa Branca.
Portugal positivo
Para os que acham que Portugal é só pontapé na bola, Elvira Fortunato, cientista especializada em micro-electrónica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Nova, ultrapassou em número de referências na internet Cristiano Ronaldo, convertendo-se na portuguesa com maior número de citações na rede das redes. Diversas multinacionais estão interessadas em apoiar a patente internacional do transístor em papel, a invenção da responsabilidade de Elvira Fortunato. Um fenómeno!
Nobres argumentos
Ainda o Médio Oriente. Grito e choro por Gaza e Por Israel é o título do post assinado pelo presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre, no seu blog, recém-estreado. Profundo conhecedor da realidade no terreno em mais de 100 países, o médico afirma que «estamos a assistir a um combate de David (os palestinianos com os seus roquetes, armas ligeiras e fundas com pedras...) contra Golias (os israelitas com os seus mísseis teleguiados, aviões, tanques e se necessário...a arma atómica!)». Nobre acrescenta que «hoje Gaza, com metade a um terço da superfície do Algarve e um milhão e meio de habitantes, é uma enorme prisão. Honra seja feita aos “heróis” que bombardeiam com meios ultra-sofisticados uma prisão praticamente desarmada (onde estão os aviões e tanques palestinianos?) e sem fuga possível, à semelhança do que faziam os nazis com os judeus fechados no Gueto de Varsóvia!». Para concluir a sua extensa dissertação, o presidente da AMI, qualifica de «estranha guerra esta em que o “agressor”, os palestinianos, têm 100 vezes mais baixas em mortos e feridos do que os “agredidos”. Nunca antes visto nos anais militares!». Para meditar.
O «embajador» que adora os portugueses do El Corte Inglés
Não há dia em que o português não se queixe que é o pior povo do Mundo. Mas nem sempre é motivo para tanto. Por alturas do Natal saiu uma entrevista, que passou algo despercebida, com o novo embaixador espanhol em Lisboa, Alberto Navarro. Desassombrado, disse ele ao «Jornal de Negócios»: «Os portugueses são, em norma, muito mais amáveis que os espanhóis. Eu vou aqui ao El Corte Inglés e sou muito melhor tratado do que em Espanha. A empresa deu-se conta disto. Já antes fizeram cursos na Argentina para trazer 500 trabalhadores para Espanha e agora estão a pensar o mesmo com Portugal». Até se pode admitir que estas palavras são de cortesia para cativar «tuga», mas não deixa de ser uma injecção de moral para as depauperadas «tropas» lusas. Eu se fosse ao Governo fazia, com esta frase do senhor «embajador», uma campanha dirigida para motivar e mobilizar os «pertegueses», como diz o Sócrates. Talvez fosse mais barata e mais eficaz do que a ridícula campanha do «ALLgarve».
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