31 março, 2009

A braçadeira da arrogância

Sempre que representa a selecção de Portugal, a arrogância de Cristiano Ronaldo dispara para níveis insuportáveis. A "boca" proferida antes do jogo com a Suécia, «se todos fizessem o que eu já fiz, éramos campeões do Mundo», caiu mal no balneário junto de «pesos-pesados» da equipa nacional como são Deco, Simão, Ricardo Carvalho e Pepe. A verdade é para se dizer e os factos estão à vista de todos: Ronaldo é um jogador vulgar com a camisola das quinas. Lá por ser ter sido o «Melhor do Mundo» no ano passado, não significa que seja um intocável. Devia ser substituído mais vezes quando não joga bem e nunca devia ter recebido de mão beijada a braçadeira de capitão de equipa. É cedo demais, ainda só com 24 anos de plena imaturidade, para tanta sobranceria acumulada. O caminho que leva esta selecção explica-se pela falta de talento, mas especialmente, pela ausência de referências e pela repetição dos maus exemplos. Curiosamente, o treinador das «quinas» é um professor, mas com a crise de autoridade que grassa nas escolas é natural que a falta de respeito já tenha chegado ao futebol.
A oportunidade do tema leva a que desafiemos os leitores do blog a pronunciarem-se sobre a braçadeira de capitão de selecção: está bem ou mal entregue? A sondagem está disponível até sexta-feira no canto superior direito.

Os amigos americanos

Chegaram os americanos, agora de novo amigos, para uma semana inteira na Europa. Obama vem para espalhar popularidade e charme, fazendo sonhar os cidadãos europeus que, se pudessem votar nele, não hesitariam em escolhê-lo para seu presidente. Para a primeira dama, Michele, trata-se da sua estreia no «Velho Continente». O fardo de Jacqueline Kennedy que pesa sobre o seu papel na Casa Branca, promete transformar esta primeira visita à Europa numa exigente prova de fogo, que vai incluir um cházinho com a Rainha Elisabeth, no Palácio de Buckingham. Lá para dia 7 de Abril, coincidindo com o terminus da viagem, se verá quão produtivo foi o périplo e se o fascínio pelo «mulato mágico», que lhe chamam pelos «states», continua intacto. Para os mais desatentos que tencionem ir a Londres nos próximos 2 dias, o melhor é desistir da ideia. O cenário deverá ser de pré-guerra civil, por causa da cimeira do G-20.
A cimeira, que previsivelmente não produzirá resultados extraordinários, vai custar 75 milhões de dólares aos governo britânico. Imaginem se não houvesse crise!

Justiça de vão de escada

A inabilidade do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, começa a assemelhar-se à demonstrada pelo seu antecessor, Souto de Moura. Às 5 horas, lança um comunicado a negar «pressões e intimidações» aos magistrados do caso Freeport e já ao princípio da noite, em declarações ao site da «Sábado», anuncia uma reunião com o presidente da Eurojust, Lopes da Mota - o tal que foi secretário de Estado do Governo Guterres, a que Sócrates pertenceu - para esclarecer se este pressionou e ameaçou os titulares do mediático processo que envolve o nome do Primeiro-Ministro. O artigo da internet coloca em discurso directo Pinto Monteiro, com declarações do seguinte teor: «Ontem, durante uma reunião na Procuradoria, os procuradores do inquérito fizeram-me referência que um colega tinha tido uma conversa com eles ao almoço que podia ser interpretada como uma pressão (...) Quero ver se não se tratou de uma brincadeira estúpida ou se foi algo mais». O absurdo de tornar estas declarações publicas é tão grande que confesso não saber se estamos perante um caso de «off record» transformado em «on record» ou, definitivamente, Pinto Monteiro é um caso perdido de falta de jeito para comunicar, sendo outro dos que sente uma irresistível vertigem sempre que vê um microfone à sua frente. No estrangeiro, um alto cargo do Ministério Público dificilmente fala num vão de escada ou arrisca, sequer, ter um programa de rádio ou TV para dissertar sobre os males de que enferma o sistema judicial onde intervém.

A mim ninguém me controla!

«Não tenho que dar explicações sobre isso. Já não ando na escola primária. Vocês [jornalistas] não podem fazer perguntas como se fossem os meus controleiros», Manuel Alegre, interrogado sobre o motivo da sua ausência no primeiro dia das Jornadas do PS, em Guimarães, Agência Lusa, 31 Março 2009

Simplesmente «José»

Mais magro e também com uns milhões a menos na conta bancária, Mr. Berardo regressa de novo, qual fénix renascida, para junto dos holofotes da fama. Depois de muito tempo em que foi o «Joe», para amigos e demais anónimos, o coleccionador de arte/empresário e benfiquista desde pequenino, é agora conhecido pelo portuguesíssimo nome «José». Simplesmente.