É a grande figura da política espanhola dos últimos 30 anos. Diz-se que sem o seu papel tutelar e respeitado por todos, a transição da ditadura para a democracia teria sido mais dificil, e que porventura o «saco de gatos» em que se converteu a complexa questão das «autonomias» e os traços identitários já teria «balcanizado» o país vizinho. Ontem, à chegada a Maiorca, onde vai cumprir o seu habitual período de férias em Agosto, Juan Carlos, questionado sobre o atentado naquela ilha das Baleares, ocorrido dois dias antes, disse simplesmente isto relativamente aos operacionais da ETA: «Hay que darles en la cabeça e combartirlos hasta acabar com ellos». Tão eloquente, que dispensa tradução. Uma postura assertiva, dura, sem «mas» ou reticências. Bem diferente da de Mário Soares que defendia negociações com a Al-Qaeda ou até do seu camarada Zapatero que andou em «flirt» com a ETA, até um dia em que os terroristas deram um passo atrás e detonaram uma bomba no novo terminal do aeroporto de Madrid.
02 agosto, 2009
A contagiante queda para a contabilidade
Começa a irritar a rigorosa contabilidade que rádios e televisões fazem nos casos de gripe A identificados. É grande a tentação para ir somando os casos e apresentar os valores acumulados de infectados desde que a doença entrou em Portugal. Como se sabe, esta gripe cura-se, em condições normais, em 3 ou 4 dias, por isso, é mais do que natural, que dos «320 casos» que a TSF zelosamente informa existirem no nosso país, apenas cerca de duas dezenas, os casos mais recentemente diagnosticados, é que exigem condições de excepção. Os outros, já deverão ter regressado à vidinha rotineira que caracteriza o comum dos mortais.
Zeca
No dia em que cumpriria 80 anos, caso fosse vivo, o DN publica uma oportuna entrevista, mas muito difícil, a avaliar pela tensão em algumas respostas e pelo que nos confirma o autor, João Céu e Silva, com a mulher do cantor, Zélia Afonso.
M&M's a pregar no deserto
Marques Mendes tem estado caladinho desde que abandonou a liderança do PSD. Na véspera de ser conhecida a sentença do seu ex-amigo e agora inimigo de estimação, Isaltino Morais, o ex-líder social-democrata presta declarações cirúrgicas à Lusa sobre o tema, sem o mencionar directamente: «Acho que um político - autarca, deputado ou governante - acusado, pronunciado ou condenado por crimes especialmente graves - como corrupção, peculato ou fraude fiscal, por exemplo - está fortemente diminuído na sua autoridade, na sua credibilidade e nas condições para o exercício de um cargo político, comprometendo, assim, o prestígio da política e a imagem das instituições», disse. Marques Mendes considera «uma vergonha» para a democracia e uma «atitude chocante» para o comum dos cidadãos que políticos acusados, pronunciados ou condenados judicialmente por crimes graves - como corrupção - «possam impunemente ser candidatos a eleições». Eu acho que Mendes tem razão. E Cravinho também, quando denuncia a corrupção. Só que pregadores no deserto e relatórios do diagnóstico da situação já temos de sobra.
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