06 setembro, 2009
Auto-espoliados
«É a vida»
Algo está a mudar. Os «paineleiros» do regime acham que Ferreira Leite ganhou o debate ao «picareta-falante» Louçã. Vi a contenda e confesso não ter ficado com essa sensação, sempre relativa, é certo. Algo nervosa, notoriamente mal preparada em determinadas matérias, nomeadamente sobre o programa do BE, a presidente social-democrata esteve alguns momentos a ver Louçã «bater bolas», com a sua demagógica, mas incrivelmente acutilante retórica. Na questão dos homossexuais embrulhou-se completamente. Perante isto, prefiro ouvir Portas defender os imutáveis valores da direita conservadora.Num daqueles momentos de maior aperto, quando Louçã a questionava que não devia ser admissível que os ricos preferissem os cuidados de saúde privados só porque têm mais poder de compra, Ferreira Leite, soltou um «é a vida!». Por momentos fez lembra o engenheiro (o verdadeiro, o Guterres) antes de se afundar no pântano.
PS: Se fosse hábil nestas lides, Ferreira Leite teria «desmascarado» Louçã, elucidando as massas, bastante sensíveis ao discurso contra o grande capital do BE, que este partido é contra a presença de Portugal na União Europeia e na NATO. A respeitável senhora perdeu uma grande oportunidade, mas, lá diz o nosso povo, «quem não sabe, é como quem não vê»...
Chamemos-lhe apenas o «lado lunar»
O debate de ontem correu especialmente bem a Sócrates, muito por culpa da «delicadeza» do camarada Jerónimo, mas vincou detalhes que o Carlos Abreu Amorim, no «Blasfémias», chamando-lhe «O "lado lunar" do sr. Presidente do Conselho», sintetiza com especial pertinência.Audiências e poder
Política e televisão não vivem separadamente. Da mesma forma que as boas audiências de um canal conseguem neutralizar desavenças e maus ambientes internos, um partido político só se mantém à margem de climas de guerrilha quando se encontra no poder e distribui «tachos» pelos seus. Sabe-se agora, com mais detalhe, como é que o casal M & M (Moniz e Manuela) punha e dispunha na redacção da TVI. A «generala» mandava mais do que os próprios superiores hierárquicos e instalou um clima de medo em Queluz de Baixo. Juntou meia dúzia dos seus indefectíveis para fazer o jornal anti-Sócrates, imbuída unicamente do espírito de «fazer justiça pelas próprias mãos». Isto dizem os colegas, sob a capa do anonimato, ao «24 horas» de hoje. Paula Magalhães e Carmen Marques, jornalistas veteranas do canal, foram emprateleiradas pela «generala». E, sem medo, dão a cara. Dizem que na redacção poucos estavam de acordo com o estilo do «Jornal Nacional das sextas-feiras» e denunciam, a parte mais grave, que assessores de Paulo Portas conseguiram, mediante pressões, alterar o tratamento editorial de notícias incómodas para o líder do CDS, nomeadamente o acidente com o navio «Prestige», quando Portas era ministro da Defesa.Daqui se conclui que a TVI, há uns meses considerada imbatível no panorama televisivo nacional, pode ter iniciado uma viagem sem retorno em plano inclinado. Afinal, as galas baratinhas do canal, onde muitos elementos da redacção demonstravam a sua alegada «união», eram só para «inglês ver» e para facturar audiências. Segue-se o abismo.
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