20 outubro, 2010

Seguro de vida e de morte

A «tia» Maria João Avillez dizia ontem num debate estranhar que em Portugal, fruto das medidas de austeridade, ainda não tivessem «incendiado carros», até porque, prosseguiu a senhora, «por muito menos, a França está virada do avesso». A digna jornalista é bem mais velha do que eu e deve conhecer o país em que vive. Aqui, salvo ameaços pontuais, dificilmente estala o verniz. O povo é mesmo sereno. SweuTalvez seja, ao mesmo tempo, o nosso seguro de vida e de morte.

Golpe de teatro no Brasil?

Quando a segunda volta das eleições presidenciais brasileiras parecia decidida, eis que surge um facto extra-campanha que pode ter «o efeito Marinha Grande», tal qual aconteceu com Mário Soares, nas presidenciais de 86, em que partiu com atraso e acabou por derrotar Freitas em «photo-finish».
José Serra foi hoje agredido, com um objecto na cabeça, durante um acto de campanha no Rio de Janeiro, alegadamente por partidários da candidatura da sua adversária Dilma Roussef. A dramatização foi imediata, tendo Serra comparado a «tropa de choque do Partido dos Trabalhadores», de Lula e Dilma, às «tropas de assalto dos nazis». Ós dias que faltam até dia 31 de Outubro prometem tudo menos política e se calhar uma reviravolta nas intenções de voto.

A ideologia apaga-se um pouco mais

O futebol tem coisas do arco da velha. No início da temporada Jesus era a ideologia da nação encarnada e Roberto a «maçã podre» do plantel, responsável por todos os males e pelas primeiras derrotas. Hoje, em Lyon, 2 meses depois do início da temporada, os valores invertem-se. O crédito de Jesus começa a esgotar-se e Roberto afirma-se como um guarda-redes capaz, com reflexos invulgares e protagonista de defesas espantosas. Quase ao nível de Moretto. Ainda assim o Benfica perdeu e complica a passagem à fase do «mata-mata» na Champions.