04 julho, 2010

A selecção e o país

A Selecção somos nós

Vi o jogo Portugal-Espanha num restaurante da capital, acompanhado por alguns vadios nas mesas em volta.
Digo ‘vadios’ no sentido técnico do termo: portugueses que empurram os dias com a barriga e, quando a hora do expediente termina, instalam-se em frente à televisão e desatam a exigir que a Selecção seja campeã do mundo. Curioso: nenhum deles exige de si próprio certas virtudes ganhadoras nos respectivos ofícios. Nenhum deles é dado à produtividade, ao gosto pelo risco, ao desejo de vencer. Sem falar de coisas menores, ou maiores, como a pontualidade e a assiduidade. Por isso transferem para a Selecção o que não têm e não querem.
Infelizmente, a Selecção Nacional não nasceu do vazio. Na forma preguiçosa como arrastou os pés pela África da Sul e na confrangedora ausência de vontade ganhadora, a rapaziada foi, sem ironia, a mais perfeita representante da ética lusitana e do Portugal contemporâneo. Por isso os portugueses se revoltaram contra a sua Selecção na hora do adeus. Inevitável. Ninguém gosta de se olhar ao espelho e ver aquilo que é.

João Pereira Coutinho, colunista, in «Correio da Manhã», 4 Julho 2010

Cristiano, papá acidental?

Cristiano Ronaldo escolheu as redes sociais, o Twitter e o Facebook, para anunciar que foi recentemente pai de um bebé. Segundo o «Correio da Manhã», que diz que a mãe é uma norte-americana, o caso parece ter nascido de um lamentável lapso de concepção. Talvez esta seja uma explicação para o jogador render, por vezes, tão pouco dentro de campo.