Manuela Moura Guedes dá hoje uma entrevista arrasadora ao Correio TV do CM. A senhora detentora da maior boca da TV em Portugal, dispara em todas as direcções, sem poupar ninguém. Esta explicado porque é que os espanhóis da Prisa quando compraram a TVI exigiram como condiçao primeira que a pivot ficasse na prateleira, impedida de dar os seus bitaites em directo que faziam tremer os políticos. Para os que não tiverem paciência para ler a entrevista, aqui ficam as pérolas mais cintilantes:
«Não sei se é medo, se é comodismo... mas assusta-me. Não há vontade de inquirir coisa nenhuma! Os jornalistas estão adormecidos! Acho que se auto-anularam. Tenho vergonha da classe a que pertenço. Vejo coisas indizíveis e ninguém questiona nada. Vive-se na paz dos anjos»
«Dizem que eu não era isenta... mas sempre fui. Fosse o Governo PS, PSD, fosse o CDS... Olhe, o meu amigo Paulo Portas (dirigente do CDS), como costumavam dizer, nunca mais me falou. A última vez foi para me mandar uma carta a protestar. A partir do momento em que alguém está numa posição de poder não me esqueço de que sou jornalista»
«Os primeiros-ministros têm de responder a todas as questões respeitantes à gestão do País. E não é só na altura das eleições. É diariamente. E não é atirando areia para os olhos. Os políticos ainda não aprenderam: as pessoas não são burras!»
«Isto é um país de muita subserviência, que gosta de algum autoritarismo. É um bocadinho assustador. É engraçado que tenham votado no Salazar (em ‘Os Grandes Portugueses’). Gostam de ser disciplinados, de ter uma mão-de-ferro em cima»
«Sou antipoder, completamente! Mas um jornalista tem que ser antipoder. Cada vez que vejo um entrevistado vejo um inimigo. O poder... é inimigo»
«Não gosto da Clara de Sousa. Não me diz nada como jornalista, acho que é um completo erro de vocação. Mas fico contente por vê-la tão feliz desde que descobriu que é sexy. Vê-se a felicidade estampada na cara dela. E eu fico feliz quando vejo as pessoas felizes por um motivo tão importante»