«Por favor, não crie um imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade. Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia. Permita-me, sim? E verá que nos meus olhos haverá saudade e a esperança de um dia aqui voltar, voltar à minha terra. Voltarei com mágoa, mas sem ressentimentos, ao país que, lá bem no fundo, me expulsou dele mesmo», Pedro Miguel, enfermeiro recém-licenciado que partiu para Inglaterra para trabalhar, em carta de despedida dirigida ao Presidente da República, 18 Outubro 2012
18 outubro, 2012
Luz ao fundo do túnel
Como nada acontece por acaso, corre com insistência o rumor que a Olivedesportos e o Benfica já terão um acordo verbal para a renovação dos direitos televisivos dos jogos do clube da Luz na Sport TV. O negócio concretizado hoje com os angolanos, leva a que Joaquim Oliveira fique exclusivamente concentrado nos direitos desportivos e transmissões televisivas. E seria de espantar que ficasse sem a galinha dos ovos de oiro do pontapé na bola. Luís Filipe Vieira berrou, berrou, mas depois de ganhar as eleições do final do mês, lá virá, contrariado, dizer que não há alternativa ao canal do Quim Oliveirinha. Com jeitinho, os angolanos ainda metem algum capital na SAD da Luz. Isto está tudo ligado...
Diário de Luanda
Joaquim Oliveira deve ter respirado de alívio quando fechou o negócio com os angolanos. O empresário desfez-se do seu ruinoso negócio dos «media» que há anos vinha suportando, sabe-se lá como. Os históricos DN e JN, bem como a TSF e O Jogo passam para mãos de um misterioso investidor angolano. Reestruturações e despedimentos à vista, linha editorial condicionada, deve ser a estratégia a seguir pelos novos patrões destes órgãos de comunicação social. Isto já para não falar da possibilidade de encerramentos. O DN, uma verdadeira instituição nacional, vende em banca uns míseros 15 mil exemplares por dia. Empresários ávidos de lucro não pegam em projectos moribundos.
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