As esperanças eram (e são) enormes. O governo Obama está formado. Na ânsia de afastar inimigos do caminho, o presidente eleito chamou para a batalha que começa a travar a partir de 20 de Janeiro, fiéis de McCain, Bush e boa parte da «tralha» clintoniana, sendo Hillary o ex-libris desse regresso ao passado. Até o seu chefe de gabinete, na prática o n.º 3 de Washington, foi assessor de Bill Clinton. Trata-se de um acréscimo de experiência no exercício do cargo, dirão uns. É certo, mas o lema da campanha de Obama, «Change», exigia algo realmente diferente, para começar em termos de caras. Mudar, para ficar tudo na mesma, é que não.
02 dezembro, 2008
Lição de Inglês (Parte 1)
Não há dúvida que os portugueses são verdadeiros experts em línguas. O que já irrita é o servilismo que demonstramos, para que o mundo saiba que damos uns toques, para agradar à «estranja». No final do jogo de má memória para a nação benfiquista diante do Vitória de Setúbal, o repórter da RTP deu por garantido que para entrevistar o grego Katsouranis no «flash interview» tinha de o fazer em inglês. Num inglês macarrónico o homem lá disse umas banalidades, com tradução posterior do repórter.
Ponto 1: Katsouranis está em Portugal há três ano e, pelos vistos, fala pouco ou nada fala de português. Culpa dele e do Benfica.
Ponto 2: se o grego não está para se sujeitar à lingua do país que o acolheu, então os jornalistas devem, pura e simplesmente, ignorá-lo. Em Espanha, em Itália e em Inglaterra, todos os imigrantes que por lá aterram, têm de se adaptar ao país, a começar pelo modo de comunicação e de expressão. Vide o exemplo de José Mourinho. Pode parecer, numa primeira análise, cosmopolita falar línguas, mas é, precisamente, insistindo neste ponto, que cultivamos, até um nível insustentável, a nossa peculiar forma de provincianismo.
Lição de Inglês (Parte 2)
Foi um regalo ouvir o nosso Primeiro-Ministro ontem, em Madrid, na reunião dos líderes dos partidos socialistas europeus, falar «in english». «First priority, create jobs; second priority, create jobs; third priority, create jobs», disse Sócrates. E não é gralha, nem o «chefe» anda com tendências para repetir ideias. Afinal, o Inglês Técnico na defunta Independente sempre serviu para alguma coisa.
O elogio da moda
O jornal «El Mundo» elegeu José Sócrates como o sexto mais elegante à frente de Jude Law, Sarkozy e o Príncipe Carlos. Em entrevista ao DN de hoje, a estilista Fátima Lopes sintetiza o desempenho do Primeiro-Ministro com as seguinte palavras: «Sócrates sabe vestir-se, é elegante, tem bom ar». Não colocando em causa a sabedoria para as questões de moda e estilo da madeirense, são declarações que trazem água no bico...
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