01 julho, 2009

A missão

Lamentável a forma como a líder da oposição viu a sua cara tingida a vermelho na manchete do «I», a propósito da troca de acusações entre Ferreira Leite e Henrique Granadeiro, no caso PT. Começa a ganhar consistência a teoria de que o jornal do grupo Lena tem uma missão a cumprir.

A lei de Jardim

O presidente do Governo Regional da Madeira e Conselheiro de Estado, Alberto João Jardim, exortou a população do Campanário, concelho da Ribeira Brava, a constituir milícias populares para combater o fenomeno da toxicodependência, considerando que o papel dissuasor das autoridades não é suficiente. «As mãos que não vos doam», disse Jardim, em mais um dos seus habituais discursos inflamados. «Somos nós, homens e mulheres, que temos de vencer o combate à droga», disse o governante, apelando, em seguida, ao povo para «correr com esses malandros».

Operação toupeira

Não assisti, in loco, ao regresso de «Pedrito de Portugal» às lides políticas, mas informa a Lusa que Santana Lopes, não satisfeito com o túnel do Marquês, anunciou que tem a intenção de construir maís um túnel na cidade, ligando a Fontes Pereira de Melo aos túneis do Campo Grande e Campo Pequeno. Lisboa precisa é de alma e de políticas concretas, não da permanente tentação pela lógica da toupeira. Infelizmente estes tipos, os tais do «centrão» que nos têm desgovernado, adoram começar a construir a casa pelo telhado. Começamos bem.

O arguido

Portugal é um país muito complicado. Mesmo se alguém, com um mínimo de importância, estiver metido «até às orelhas», como sói dizer-se, em negócios nebulosos, é preciso deixar de ser presidente de clube ou até mesmo Conselheiro de Estado, e a «pedido de muitas famílias», para ser ouvido pelas autoridades, na condição de arguido. Veremos como (e se) evolui o estatuto de Dias Loureiro, ex-ministro de Cavaco Silva. Se houver desenvolvimentos, o PR será inevitavelmente salpicado. Acontece aos mais honestos, quando estes teimam em cultivar amizades perigosas.

Milagre em «Neverland»

Os mitos precisam de ser alimentados, especialmente depois de mortos. E na América, mais ainda. Não pára a especulação sobre os planos para as cerimónias fúnebres de Michael Jackson. Quem diria que, atolada em dívidas, muito por culpa da extravagante aquisição dos 1300 hectares de terreno da quinta de «Neverland», na Califórnia, a família Jackson pode ver transformada esta residência, de um momento para outro, na sua salvação. Já se fala que «Neverland» pode ser uma espécie de museu de Jackson, como «Graceland» o é para Elvis Presley. Já se estima que o autor de «Thriller» pode vir a tornar-se mais rentável depois de morto, do que durante toda a sua vida.

U-Diós



Começou a digressão «360.º tour» da banda irlandesa U2, em Barcelona. 90 mil pessoas lotaram o Camp Nou para a banda mais profissional e espectacular da actualidade. Nas duas horas de espectáculo, foram tocadas 21 canções, Michael Jackson foi homenageado através de uma versão de «Man in the Mirror» e Bono falou, via satélite, com os astronautas da estação espacial internacional. Em Espanha, já lhes chamam «los U-Diós(Deus)». Em Portugal, talvez só para o ano.