É já amanhã, dia 4, que (alguns) trabalhadores dos jornais da Controlinveste vão fazer greve, como forma de protesto pelo despedimento de mais de 100 colaboradores. À última hora, o «24 horas» também se vai juntar à mobilização contra a política laboral do grupo de Joaquim Oliveira. Os trabalhadores começaram a receber nas suas casas cartas de despedimento na semana passada. Segundo notícias recentes, no DN de Lisboa alguns trabalhadores vão interpor uma providência cautelar contra o despedimento colectivo, assim como houve quem recorresse a advogados particulares.
Não será, certamente preciso, na medida em que a paralisação não deverá atingir as melhores expectativas dos sindicatos, mas era curioso que perante a adesão massiva dos trabalhadores, os senhores administradores fossem obrigados a recrutar mão de obra escrava a custo zero para colocar na rua a edição da próxima quinta-feira. O produto final não seria dos mais recomendáveis, mas como o objectivo já é mesmo «encher chouriços»....
A este propósito, na questão colocada aos leitores: «A vaga de despedimentos fragiliza os jornais perante o poder político?», registou-se a maior votação de sempre desde que inagurámos este modelo - 34. Uma esmagadora maioria de votantes (85 por cento) acha que sim, 38 por cento entende que «não» e apena 5 por cento defende que «os jornais perderam a influência» de outrora, nomeadamente para a televisão.