Sempre com muita ousadia, o «Arrastão», fazendo fé no excepcional aumento da atribuição de empreitadas de obras públicas por ajuste directo decidido pelo Governo, aposta que 2009 vai ser o «ano do Coelho» - o Jorge, o da Mota-Engil, o do tabuleiro de xadrez. O «Coelhone», para os mais distraídos. Compreendem?
01 janeiro, 2009
Música para os ouvidos
O maestro argentino-israelita Daniel Barenboim teve a honra de ser o 14.º a dirigir a prestigiada orquestra filarmónica de Viena no tradicional concerto de ano novo que hoje se realizou no Musikverein, da capital austríaca. Barenboim, um reconhecido activista da paz entre israelitas e palestinianos, incluiu nos seus desejos para 2009 «justiça no Médio Oriente». Num artigo publicado no «El Pais», Barenboim expôs a sua visão para a resolução do conflito:
«Apenas tenho três desejos para o próximo ano. O primeiro é que o Governo israelita perceba, de uma vez por todas, que o conflito do Médio Oriente não pode ser resolvido pela via militar. O segundo é que o Hamas tenha presente que os seus interesses não se impõem com violência. O terceiro é que o mundo reconheça que o conflito não tem paralelo na História. É complexo e delicado: trata-se de um conflito humano entre duas pessoas profundamente convencidas do seu direito a viver no mesmo, minúsculo, pedaço de terra. É por isso, que nenhuma diplomacia ou acção militar pode resolver este conflito». Chapeâux. E siga a música, maestro!
Concerto de Ano Novo - Marcha Radetzky
Fogo na noite de São Silvestre
Está a tornar-se uma espécie de desporto nacional em bairros sub-urbanos de França atear fogo a carros. E o número de «praticantes» aumenta na noite de São Silvestre. Segundo avança o «Le Monde», 1147 veiculos arderam na madrugada do primeiro dia do ano em territorio francês. Uma autêntica dor de cabeça para as seguradoras e um indicador que o fenómeno das banlieues permanece uma «bomba-relógio» que a qualquer momento pode explodir.
Ano novo, discurso velho
É frustrante constatar que no primeiro dia do novo ano está tudo na mesma. A retórica dos políticos não é excepção. A mensagem do Presidente Cavaco Silva, muito aguardada pelos habituais especuladores de serviço (nomeadamente os que lançaram a manchete do «Sol» do último sábado), pariu um rato. À boa maneira de um político profissional, deu «uma no cravo, outra na ferradura», deixou uns recados velados à governação, mas para o Orçamento do Estado nem uma palavra. Dizer que «as ilusões pagam-se caras» é, de facto, uma observação forte, e que assenta como uma luva à propaganda socialista, mas não deixa de ser bastante vago e com destinatário incerto. Em suma, um discurso «muito bem feito», como já se ouviu por parte dos analistas do regime, e que convida, como convém, a múltiplas leituras. Definitivamente, não é com políticos de meias tintas que isto anda para a frente.
PS: Cavaco preferiu fazer a sua intervenção confortavelmente sentado, ao contrário do Primeiro-Ministro,que na mensagem natalícia, se manteve em pé. Até na estética os homens começam a divergir.
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