13 junho, 2008

Providencial

Esta acrobacia do melhor guarda-redes do mundo, Buffon, ao defender uma grande penalidade diante da Roménia, evitou que a selecção campeã do mundo, a Itália, fosse mais cedo para casa, no Euro 2008.

O Cabo que nos salva

Não é bom sinal um canal noticioso acordar tarde para os chamados «breaking news». Aflitiva a falta de agilidade da SIC-Notícias, useira e vezeira em multiplicar ao longo do dia as ligações a Neuchatel, para lidar com um grande acontecimento, com directos e intervenientes. Na tarde em que a Irlanda disse «não» ao Tratado, o canal que se diz de informação contínua, passou ao lado da conferência de imprensa de Durão Barroso, a partir de Bruxelas, entretendo-se com aqueles programas para «encher chouriços» sobre cinema, música e artes. Melhor figura fez a pública RTP-N. Graças a Deus que no Cabo existe a Euronews e a Sky.

Perguntas incómodas, fugas cobardes

Sabe-se agora que a notícia oficial no site do Chelsea sobre a contratação de Scolari foi colocada online 1 minuto depois do fim do Turquia-Suiça, a pedido do brasileiro, que apurou Portugal como primeiro classificado do grupo A. O mesmo é dizer que o negócio estava há muito feito. Só não se percebe é a cortina de fumo que a FPF faz para que não se fale uma transferência natural e lógica, divulgada em altura imprópria. Há pouco, durante a conferência de imprensa das selecção na Suiça, um tal Onofre, parece que é assessor de imprensa, rejeitou algumas perguntas (legítimas) de jornalistas portuguesas a Ricardo e Meira sobre a saida do seleccionador. Veremos como Scolari e os «capangas» da FPF vão driblar amanhã a legião de jornalistas britânicos...

«Senador» lançado às feras

Sem retirar os méritos de Mota Amaral, não se compreendeu muito bem a decisão da líder do PSD de atirar o «senador» e ex-presidente da AR para o meio das feras no debate quinzenal com o Primeiro-Ministro. O açoriano tem um registo polido, menos coloquial e caceteiro, é certo, que Santana Lopes, mas está indiscutivelmente talhado para superiores funções. A menos que seja uma solução transitória, achamos que a «drª Manela» está equivocada. Duas semanas depois da eleição da nova mulher do leme, o PSD dá a sensação de estar paralisado.

Convites, coincidências e Bilderberg

Em política, nada acontece por acaso. Nada é inocente. E nunca há almoços grátis. O presidente da câmara de Lisboa, António Costa convidou o seu colega do Porto, Rui Rio, para a tribuna de honra das marchas populares na Avenida da Liberdade. No S. João haverá retribuição. Costa vai estar na Avenida dos Aliados. Depois de lermos a notícia, bem escondidinha num semanário da semana passada, que Rio e Costa foram os representantes portugueses, a convite de Pinto Balsemão, na reunião anual do grupo Bilderberg (um grupo de reflexão restrito e que procura, todos os anos, convidar personalidades influentes do mundo político e empresarial), em Washington, as peças do puzzle começam a encaixar. Se nos lembrarmos que em 2004, os convidados nesta espécie de sociedade secreta iniciática e antecâmara do poder, foram Sócrates e Santana Lopes, que pouco depois se tornariam chefes do governo, por certo os mais cépticos em coincidências vão ficar muito, muito intrigados. O que acabámos de descrever não se trata de teoria da conspiração, refere-se antes a factos.

A Europa não interessa nada

Os telejornais da hora do almoço dos canais cá da terra é que não ligaram nenhuma ao «no» irlandês. Quase 20 minutos dedicados à decisão da UEFA de anular a suspensãodo FC Porto de participar nas competições europeias. E só depois, como se de uma nota de rodapé se tratasse, a rejeição do Tratado de Lisboa. Para além de ser mau jornalismo, cheira a subserviência.

Era uma vez o Tratado de Lisboa

Junho está a ser um mês horribilis para Sócrates. À tensão provocada pela paralisação dos camionistas, segue-se o «não» irlandês ao Tratado de Lisboa - o tal do «porreiro, pá!». A Europa entra em mais uma profunda depressão e lá vai a carreira política do nosso «Primeiro» como grande estadista europeu pelo cano.