19 agosto, 2008

Postais de Pequim




«Síndrome Mamede»

Fernando Mamede foi um grande campeão do atletismo português. Tinha condições físicas únicas. Bateu recordes do mundo consecutivos em diversos meetings internacionais, mas quando chegava à hora H nas grandes competições, claudicava. A cabeça não dava para mais, como o próprio reconheceu. Nos Jogos Olímpicos 1984, em Los Angeles, era o melhor dos 10 mil metros. Desistiu a meio da prova. Foi chorar para longe de colegas e jornalistas. Curtir o fracasso. Naide Gomes não verteu lágrimas quando foi eliminada do salto em comprimento no estádio de Pequim, mas reconheceu que estava «parva». É natural, também ela, sem esperar, foi acometida pelo «Síndrome Mamede».

«Sniper» laranja falhou o alvo

Modéstia à parte, estou em crer que a entourage da líder do PSD anda a ler o blog. Só pode. Ao fim de 3 semanas de hibernação estival, despertaram. O vice-presidente laranja, Aguiar Branco, contestou o silêncio do governo sobre o clima de insegurança que grassa em Portugal. Como anteciparamos, estavam todos a dormir na S. Caetano à Lapa. Maus auspícios para um partido, que perdeu a iniciativa e tornou-se reactivo, 10 (dez!!!) dias depois do acontecimento que ficou na memória de todos e que ilustra o sentimento de insegurança da população: o assalto ao BES de Campolide. É o chamado tiro falhado.

O «patinho feio» d'ouro

Na corrida à foto mais esperada dos Jogos, a «Sports Illustrated» ganhou a medalha de ouro: Michael Phelps, ou o «tubarão» 8, «armadilhado» de medalhas, na capa da revista desportiva norte-americana. Sabe-se agora, que ninguém apostava um chavo nele durante a infância e a idade escolar. Afinal, Michael entrou na história e de tão novo que é, quer superar-se a si mesmo nas próximas olímpiadas. Um novo herói americano.Uma espécie de Lance Armstrong das piscinas, versão «patinho feio».

A mão do genro

A Argentina derrotou o Brasil por 3-0, afastando os «canarinhos» da final do torneio olímpico de futebol. A polémica aconteceu ao minuto 51, quando um cruzamento do benfiquista Di Maria, encontrou a mão de «Kun» Aguero, que inaugurou o marcador. E, como não há coincidências, Kun é quase marido de uma das filhas de Diego Maradona. É caso para dizer que depois da mão de Deus, esta foi a mão do genro.

A frase do dia

«A selecção nacional não é uma casa com lugares marcados», Carlos Queiroz, seleccionador nacional, comentando a sua primeira convocatória, SIC, 19 Agosto 2008