30 outubro, 2010
Grau zero
Quando a foto do acordo é mais importante e comentada do que a própria natureza do acordo, é sinal que chegámos ao grau zero da política. Se ainda persistissem dúvidas...
Enxurrada anti-futebol
Não houve qualquer eco na imprensa de umas declarações de Rui Rio no encerramento de uma conferência realizada quinta-feira, no Porto. O autarca mandou a sua habitual facadinha contra o submundo do futebol quando afirmou que o orçamento da câmara que lidera registou um superavit entre 2003 e 2010, se se expurgarem os custos com o Euro 2004. Com o seu estilo mordaz, Rio foi mais longe e declarou mesmo: «O Euro 2004 parece que foi o acontecimento mais importante que Portugal teve desde a descoberta do caminho marítimo para a Índia». Lapidar. Fiel à sua estratégia, Rio continua a diabolizar tudo e todos os que se relacionam com o pontapé na bola, submundo que também tem o seu peso na hora de eleger líderes partidários e primeiro-ministros. Veremos se a continuar assim, Rio não apodrece até expirar o seu mandato na Avenida dos Aliados.
Vai chamar pai a outro!
Em nome da responsabilidade política e do superior interesse nacional, PS e PSD chegaram a um acordo sobre o OE 2011, mas, em termos práticos, o documento fica mais ou menos na mesma. Vamos mesmo pagar 23 por cento de IVA, que era o que mais preocupava os portugueses. Os socialistas, os sociais-democratas e o Presidente da República terão de dividir a custódia desta criança que vai ver a luz do dia na próxima semana. No fundo, vão ficar todos comprometidos com esta coisa. Sócrates pode não ter ganho, mas Passos Coelho não sai, de certeza, bem na fotografia. Cavaco, o sábio que vê à frente dos outros, continua a trabalhar para a mais que garantida reeleição.
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