01 maio, 2012

Esquizofrenia verbal

 
É esquizofrénico ouvir Gaspar e Passos. O primeiro está transformado no Zandinga do Terreiro do Paço, enquanto o Primeiro-Ministro é pouco dado a transmitir boas notícias, preferindo dizer, em tom suave, que o desemprego está para lavar e durar. Estou certo que a equipa de spin doctors do Sócrates era bem capaz de fazer destes dois uns verdadeiros príncipes da comunicação

O raríssimo dom do Dinis

Assisti hoje na SIC a uma reportagem sobre o verdadeiramente tocante caso de vida do menino Dinis e da entrega dos seus pais para fazerem com que o seu filho, de 4 anos, viva uma vida o mais normal possível, quando é portador de uma doença incurável, a eucoencefalopatia.  Há 20 casos em todo o mundo. A medicina só lhe deu um ano de vida, afinal o Dinis já sobreviveu a três. O relato do calvário e de como aprenderam a viver e a amar um filho diferente, é contado pelos pais está agora disponível em livro e chama-se «O dom do Dinis». 
Blog:
http://www.dom-do-dinis.com/index.html
Notícia:
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1&did=59948

O país do Lego

A olho nu parecia uma fila a papel químico das que estamos habituados a ver à porta dos centros de emprego. Mas com uma dimensão inusitadamente superior e com um anormal número de pessoas de baixa estatura e tenra idade. Afinal, eram crianças acompanhadas pelos seus pais. Não havia tourada e era muito cedo para o circo. Seguranças e mais seguranças, de walkie-talkie em punho, procuravam ordenar a excitada turba. Depois de indagar, fiquei a saber que era o último dia para ver a exposição do Lego no centro da praça de touros do Campo Pequeno. Bilhetes a 5 euros para adulto e a 3 euros para os petizes. E é se querem. A dúvida era mesmo saber se os pais vinham acompanhar os filhos, ou se foram os pequenos e terríveis a arrastar os progenitores.Tal como a exposição, Portugal assemelha-se a um Lego, é facilmente desmontável.

A frase do dia

«Precisava de ir agora ao Pingo Doce, mas não tenho porte de arma», Nilton, humorista, no Facebook, 1 de Maio de 2012

«Arrastão» Pingo Doce

O teatrinho canalha do «leve 100, pague 50», que o Pingo Doce fez no dia de hoje, por acaso (só por acaso) 1º de Maio, é condenável a nível social, moral, de segurança das populações e, em último caso, suscita questões no âmbito da legalidade.  Ver as prateleiras de dezenas de superfícies comerciais do grupo Jerónimo Martins como se tivessem sido algo de pilhagens é algo mais próprio do Haiti ou da Guiné-Bissau. Não em Portugal. Do ponto de vista sociológico, defendo que este dia seja aproveitado pela Fundação Manuel dos Santos, criada pela Jerónimo Martins, para reflectir sobre a evolução do contexto social do país. Atribuam ao sociólogo Barreto, responsável pelas edições desta fundação, este trabalhinho, para aferirmos a que conclusão chega o antigo ministro da agricultura sobre o carácter do retalhista que lhe paga uns cobres.

A frase do dia

«Um país que elege políticos corruptos para cargos públicos, só tem aquilo que merece», João Gabriel Silva, Reitor da Universidade de Coimbra, durante a conferência A Soma das Partes, realizada em Coimbra, 30 Abril 2012