11 março, 2012

Geração precariedade

 
O «El País» dedica a sua manchete deste domingo à geração «nimileurista», que começa a ganhar terreno à outra geração que este jornal de referência do país vizinho inventou: os «mileuristas», ou seja os que auferiam,antes da crise estalar, cerca de mil euros. Os tempos mudaram e para muitos jovens, ganhar mil euros é um luxo. Se há seis anos era um símbolo de precariedade, agora é  uma aspiração.

Apocalipse em 2050

Com as praias repletas quando ainda não chegámos a meio de Março, não resisto a uma sugestão literária  que se encaixa perfeitamente no contexto de seca prolongada em que vivemos. Chama-se «O Novo Norte – O mundo em 2050», e é da autoria de Lawrence C. Smith, professor de geografia e ciências espaciais da Universidade da Califórnia. Ao longo de 430 páginas, Smith explora as «quatro forças motrizes» que estão a modificar o mundo: a mudança climática, o crescimento populacional, a globalização e o esgotamento dos recursos, procurando prever como estas condicionantes vão moldar o mundo até 2050. Os padrões de migração humana deverão sofrer alterações dramáticas e os países e regiões do norte – caso da Escandinávia, o Canadá ou a Gronelândia – poderiam ser os primeiros beneficiados.  É esta a tese condutora de Smith. Um bom livro para ler na praia ou na esplanada.

A frase do dia

«Tenho uma aposta com o primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] em como até 2015 a Madeira tem isto controlado e que Portugal não vai conseguir cumprir o programa deles», Alberto João Jardim, Rádio Renascença Online, 11 Março 2012

«Movida» minhota

Guimarães, Praça do Toural
Braga, Avenida da Liberdade

Depois de deixar à míngua este modesto espaço de entretenimento da blogosfera, ei-lo que ressuscita ao fim do dia de domingo. Estive ausente por terras minhotas, onde pude constatar como é possível coexistir harmonia urbana, vibração cultural e qualidade de vida. Braga e Guimarães, são, certamente, duas das cidades portuguesas mais «trendy». Aprumadas, orgulhosas, com o património histórico/cultural valorizado e recuperado, com iniciativas. A decoração florida da Avenida da Liberdade, em Braga, é um regalo para os olhos, o mesmo se pode aplicar à Praça do Toural, em Guimarães. As pessoas são simpáticas e a gastronomia é de primeira água. Na terra do «vira», o que existe mesmo é uma «movida» minhota» a despontar, de noite e de dia. À «capital  europeia da cultura» vimaranense, Braga respondeu com a «capital da juventude». Rivalidade regional? Sim, ela existe, e é bem visível, não apenas no futebol. Mas a concorrência é sempre salutar. Cavaco devia ir a Braga e a Guimarães. Por estas bandas, a natalidade está em expansão. Os carrinhos de bebés e os jovens casais estão por todo o lado. Sr. Presidente, ocupe-se de temas sérios, em vez de alimentar intrigas palacianas.