24 novembro, 2008

Comentadores com aspirações

Começa a pegar fogo o ambiente em torno da assembleia-geral da Ordem dos Advogados prevista para quarta-feira. Vai discutir-se o polémico orçamento de Marinho Pinto e, já se fala também, questionar-se a sua liderança. Luis Filipe Carvalho, advogado e que pertenceu à anterior direcção de Rogério Alves, não rejeita uma candidatura a bastonário.
Fazendo um exercício rápido de memória, chegamos à conclusao que o verdadeiro rito iniciático antes de atingir um cargo político ou sucedâneo passa por um período como comentador numa televisão. Carvalho tem sido o comentador de justiça da SIC após a saída de Rogério Alves, que foi comentador do mesmo assunto no mesmo canal, até que chegou a bastonário dos Advogados. Santana Lopes foi, na companhia de Sócrates, comentador num programa de debate na RTP e chegaram ambos a Primeiro-Ministro. Marcelo Rebelo de Sousa continua a comentar porque ainda não extinguiu as suas aspirações políticas. Dias Ferreira, Fernando Seara e Guilherme Aguiar comentam futebol no «Dia Seguinte» para ganhar uns cobres e porque ambicionam, um dia, liderar os respectivos clubes. Assim de repente, o único que não quer chegar a lado nenhum é o comentador António Vitorino. Contudo, é a excepção à regra. O melhor é habituarem-se!

Mau tempo, boa cara

A «drª. Manela» diz que o PSD vai ganhar as eleições em 2009. A senhora é uma verdadeira optimista. Não desfazendo, acho que mais depressa o Benfica do Quique vence o campeonato no ano de estreia do espanhol.

Lisboa está (Z)ON

Gente bem informada sobre a capital diz-nos que a ZON está a apoderar-se, nesta quadra natalícia, das ruas de Lisboa. O Costa quis ver a cidade iluminada, e «à borlix», e a contrapartida foi «vendê-la» à cobiça comercial de quem paga. Ele são bolas alusivas à TMN no Marquês de Pombal e no Terreiro do Paço, já para não falar na árvore (dizem que é a «maior da Europa») da empresa de Rodrigo Costa que pontifica em plena Alameda do Cardeal Cerejeira, com grande aparato. Aliás, o aparato foi tal, que o espectáculo pirotécnico de inauguração da dita árvore, segundo os organizadores presenciado por 60 mil pessoas, provocou uns ferimentos no público por causa de uma certa imprudência na definição do perímetro de segurança. Pena que a imprensa, exceptuando o CM, para não queimar boa publicidade da empresa, tenha passado sobre o assunto «como cão por vinha vindimada».

O vereador da esfregona

José Sá Fernandes é, cada vez menos, um «Zé ninguém» na autarquia lisboeta. Enquanto não pára de levar pancada dos seu partido, o BE, o vereador viu hoje os seus poderes serem reforçados por iniciativa de António Costa. Na reformulação de pelouros, o «Zé» herda as áreas do Espaço Público e Limpeza Urbana, acumulando com as «pastas» do Ambiente, Espaços Verdes e Plano Verde. É caso para dizer que com o pelouro da esfregona nas mãos de Sá Fernandes agora é que Lisboa vai ser uma cidade limpinha.

Não há almoços grátis...

Poucos se lembrarão, mas no início do Verão Dias Loureiro apresentou o livro «Sócrates - O menino de ouro do PS». Os encómios ao líder socialista foram vários: «homem trabalhador», «homem de detalhes» e «um político moderno porque é profissional no desempenho da sua actividade». O ex-ministro de Cavaco já devia saber o que lhe ia cair em cima e este «mimo» a Sócrates deve ter tido como contrapartida a garantia de «protecção» política por parte de um Governo, de cor política diferente. Não há almoços grátis, como já aqui tinhamos avisado a 20 de Outubro no post «Falências, elogios e favores».