20 setembro, 2008

Presentes envenenados


Começam a parecer inquietantes as semelhanças entre entre o tandem Barroso/Santana, em Portugal, e Blair/Brown, em Inglaterra. Durão Barroso e Santana Lopes foram amigos inseparáveis durante décadas e o primeiro entregou de bandeja, um presente, leia-se Governo, ao seu companheiro quando voou para Bruxelas. O resto da história já sabemos. Além-Mancha, Blair e Brown fizeram um acordo secreto em nome da amizade que os unia: Tony seria o Primeiro-Ministro, protagonizando a revolução no new labour, enquanto Gordon Brown ficaria a aguardar, sucedendo-lhe na hora da rendição. A passagem de testemunho aconteceu, mas Brown sofreu o impacto de todos os erros do «blairismo» e do desgaste que este provocou na imagem do Partido Trabalhador. O Primeiro-Ministro britânico não pára de descer nas sondagens e situa-se, neste momento, a 20 pontos do líder conservador, David Cameron. O que une, então, Santana e Brown? Receberam ambos presentes envenenados, com a agravante de que quem os ofereceu, tinha a perfeita noção disso.

O rei da berraria


É bem natural que o Primeiro-Ministro e secretário-geral do PS passe o resto do fim-de-semana rouco. O homem berrou, berrou, berrou. Desalmadamente, durante 40 minutos. O comício de rentrée do PS em Guimarães teve o seu toque «à americana». O líder carismático, ao centro, público à frente, público atrás, pontificando figuras de prestígio, como Almeida Santos, na primeira fila. Dois telepontos com o discurso, programadamente articulado, para nada falhar. Sócrates não pediu maioria absoluta aos eleitores do «seu» País das Maravilhas, mas pouco faltou. A conjuntura internacional trocou a volta aos socialistas. Se nada disto tivesse acontecido, a vitória estaria, a esta hora, no bolso. Parece incrível, mas é a verdade.

Jogadas subterrâneas e «moços de recados»

No dia em que as gazetas avançam que a líder do PSD dará luz verde à candidatura de Santana Lopes para Lisboa, o «DN» publica a notícia que o ex-edil vai ser constituído arguido por abuso de poder durante a sua gestão de autarca na capital. Ninguém acredita em coincidências. A máquina está montada e os escribas são meros «moços de recados» dos subterrâneos jogos de poder e de destruição de personalidades. Com a devida licença do minorca Vitorino, habituem-se!

«Sapo» laranja

Manuela Ferreira Leite está tão desesperada por mostrar serviço, o mesmo é dizer, ganhar eleições, que se apresta para prestar vassalagem à candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara de Lisboa. É o que se chama tragar um grande «sapo». Parafraseando João Soares, «no amor, na política e na religião, nunca digas desta água não beberei».