O Brasil deverá ter uma mulher presidente já no próximo domingo. Dilma Roussef, uma espécie de eminência parda de Lula no Palácio do Planalto, é uma criação do ex-metalúrgico para o substituir na cadeira do poder, após ter cumprido dois mandatos. Dilma mudou radicalmente o look, apoiou-se na extraordinária aceitação popular de Lula e nem os recentes escândalos abalaram a sua liderança nas sondagens. Fala-se numa política muito pouco preparada para função de tamanha importância, mas no fértil terreno da especulação também já se aventa que se se perceber que Dilma não tem unhas para esta guitarra, Lula voltará, após uma cirúrgica emenda na constituição brasileira, para um terceiro mandato. Lula tem a seu favor o facto de muito ter porfiado, após várias derrotas eleitorais, mas acabou por cair no goto dos seus concidadãos. Fala a linguagem do povo e nem os «mensalões» e outras suspeitas de corrupção o salpicaram grande coisa. Os Jogos Olímpicos e o Mundial de Futebol vão ajudar a reforçar a imagem poderosa que o Brasil actualmente ostenta na cena mundial. Lula corresponde ao arquétipo político do «eu roubo ou deixo roubar, mas faço». Se o povo gosta assim, para quê votar no escuro?
27 setembro, 2010
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