17 abril, 2011
O engenheiro «corta-fitas»
Se não fosse a notícia do «Sol» a denunciar festa milionária de inauguração do último troço da CRIL, teriam sido gastos 100 mil euros na desbunda. Afinal, só havia umas águas, uns modestos desdobráveis e umas sacolas ainda mais indigentes. Em plena campanha pré-eleitoral, o «Socas» armou-se em «corta-fitas» de uma obra que começou a ser construída há duas décadas. Mesmo tendo em consideração a complexidade da obra, é uma derrapagem temporal inaceitável. O engenheiro quis associar-se à obra, talvez por não ter sido o autor de nada do que foi inaugurado.
O regresso do candidato Basílio
O socialista João Soares costuma dizer com graça que «na política, no amor e na religião não digo nesta água não beberei». Depois da cambalhota de Nobre, da esquerda para a direita, agora é a vez de Basílio Horta, dar um salto mortal encarpado para as listas do PS pelo distrito de Leiria, ele que foi um dos fundadores do CDS. Basílio vai regressar no ocaso da sua carreira ao Parlamento, sendo a recompensa pelas palavras simpáticas como presidente do AICEP durante o «consulado» socialista. O PSD também não se pode ficar a rir. Os seus alegados independentes. o escritor Francisco José Viegas e o comentador Abreu Amorim, receberam o rebuçadinho pelos bons préstimos como analistas de actualidade. Porque em política tudo tem um preço.
Ungido de Deus
Era expectável que o PS atirasse artilharia pesada sobre Nobre, mas se calhar menos previsível era que o candidato a presidente da AR com as cores sociais-democratas tropeçasse na sua própria casca de banana. A entrevista de ontem ao «Expresso», desde o Sri Lanka, é disso exemplo. Passos Coelho e sus muchachos exigiram que o presidente do AMI viesse clarificar algumas observações pouco nítidas ontem proferidas no semanário. Nobre lá veio recambiado para a RTP, com aquela estafada de «os portugueses conhecem-me», e fez a revelação da noite: a sua decisão de encabeçar as listas do PSD em Lisboa deveu-se exclusivamente às características de liderança e de serenidade demonstradas pelo presidente social-democrata nas três reuniões que com ele manteve. Mesmo desconhecendo o programa de governo do PSD, Nobre confia cegamente em Passos, como se este fosse um ungido de Deus. Um verdadeiro naif.
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