07 outubro, 2012

«Partir pedra»

Dizem os pobres jornalistas que estiveram o dia de plantão na Gomes Teixeira, que o Conselho de Ministros extraordinário durou 13 horas (entre as 9h30 e as 22h20), com pausa para almoço. Julga-se que breve e frugal, por causa das contas. Deve ter sido um domingo a «partir pedra». O gasparzinho deve ter sido o que concentrou mais olhares e quase que aposto que deve ter repetido para os seus colegas de governo uma frase que se tornou célebre: «Não há dinheiro. Qual destas palavras não percebeu?».

A encenação separatista, urbi et orbi

Não se pode ignorar, desporto e política sempre andaram de mãos dadas. E nada melhor do que um evento planetário - o choque Barcelona-Real Madrid, com 400 milhões de telespectadores a assistir nos cinco continentes, para colocar um dos símbolos do orgulho catalão - o FC Barcelona - ao serviço da causa separatista liderada pelo presidente da generalitat, Artur Más. Ao 17m14s do jogo - em referência ao ano 1714, data da derrota catalã diante das tropas de borbon - ecoou o grito «independência», protagonizado por boa parte das 96.500 almas que enchiam o Nou Camp.  As bandeiras 'esteladas» - uma bandeira não oficial, utilizada geralmente pelos partidos da ideologia independentista da Catalunha ou, por extensão, pelos denominados «países catalães» - eram às centenas, desfraldadas nas bancadas. Em Novembro, o plebiscito à independência acontecerá nas eleições forçadas pelo senhor Más.
Ah, já agora, o jogo foi intenso, terminou empatado 2-2, Messi e Cristiano marcaram ambos por duas  vezes.

Árbitro de coração vermelho

O árbitro Duarte Gomes relevou durante um seminário que é benfiquista. É uma pessoa como outra qualquer, está no seu direito. Pedro Proença fez o mesmo e parece que lhe custa apitar o clube das águias. O que é de estranhar é que esta preferência clubística não figure numa declaração de interesses pública que os árbitros deviam disponibilizar antes da temporada começar. Era tudo clarinho como água.