17 setembro, 2009

Céu muito nublado, com abertas para a tarde

A espécie de boletim meteorológico escolhida para título deste post bem que podia caracterizar os 3 anos de vida do semanário «Sol», que amanhã se cumprem. Nascido com grande pompa e muitas promessas pela mão do arquitecto Saraiva, o semanário nunca passou disso mesmo, uma promessa. Acompanhou de perto e por vezes com grandes «cachas», que marcaram a actualidade, o caso Freeport e o processo em torno do novo aeroporto de Lisboa. De resto, pouco mais. A aposta no «el dorado» angolano é a fuga para a frente de um jornal que já vendeu 75 mil exemplares e agora anda pelos 40 mil, com a agravante de, ao contrário do que defendia o arquitecto, já não valer por si mesmo. A pensar nas crianças, todas as semanas o jornal vem acompanhado por um DVD de nível duvidoso. Como amanhã é a edição de aniversário decidiu caprichar e oferecer algo diferente: «Bob, o construtor». Neste caso, o que o arquitecto ergueu foi um projecto falhado. Sem margem para crescer e que até teve o desplante de mudar o seu dia de publicação de sábado, onde era uma formiga diante do elefante "Expresso", para a sexta, com receio da mossa que o "I", que vende uns 7 ou 8 mil gazetas, lhe podia causar.

Uma tormenta para recordar

Há momentos de felicidade. Que o diga o fotógrafo que captou esta imagem na zona norte do Parque das Nações, junto à Ponte Vasco da Gama.Trata-se de um instântaneo que anda a circular na internet e que testemunha a trovoada, à mistura com relâmpagos, que se abateu sobre Lisboa na madrugada e manhã do passado dia 9. Vale bem a pena clicar na imagem para ver em detalhe a oportunidade deste registo.

O fumo e o inevitável fogo

O ditado «não há fumo, sem fogo», confirma-se. Como tinhamos aqui avançado há um par de dias, José Manuel Fernandes abandona o «Público» após as eleições autárquicas, para evitar (invitáveis) conotações políticas e, quiçá, para não se fazer a associação que foi o Sócrates e Santos Silva que despacharam mais um crítico do Governo. Parece que desta foi mesmo o engenheiro Belmiro a dar um chuto no «Zé Manel».

Rio abaixo, Rio acima

Rui Rio promete que vai cumprir o seu mandato (o terceiro) na Câmara do Porto caso ganhe as eleições de Outubro e que não considera uma candidatura à liderança do PSD caso a «outra senhora» seja «esmiuçada» no sufrágio de dia 27 de Setembro. Aqui para nós, que ninguém nos ouve, o desgaste que leva Sócrates é de tal ordem que se o seu opositor fosse Rui Rio, esta eleição «já eram favas contadas» para o autarca portuense.

Uma Flor incómoda

Passou ao lado da actualidade noticiosa a entrevista de Sócrates na Antena 1, na segunda-feira, mas vale a pena ouvir na integra este documento valioso em que o secretário-geral do PS destila toda a sua indisposição contra a jornalista Maria Flor Pedroso. Visivelmente irritada com o tom autoritário e gozão de Sócrates, bem distante da pose de Estado que cultivou nos debates televisivos, a apresentadora de «As Escolhas de Marcelo», desabafa, quase a terminar, que é apenas a primeira vez que o líder socialista aceita conceder uma entrevista nos 4 anos e meio que leva em S. Bento. Ainda está para nascer um jornalista que se dê bem com Sócrates. Será possível suspender a comunicação social por 6 meses?
SOM

Dá-lhes Falâncio!

«Olhem as fábricas a fechar. Isto é bom para a luta. O desemprego a aumentar. A luta continua. Obrigada Sócrates pela precariedade», as palavras foram da dupla Neto e Falâncio, em plena acção do programa «Vai Tudo Abaixo», esta tarde, aquando da passagem da comitiva socialista, no Seixal. Temendo-se algum atentado contra o Primeiro-Ministro, os dois actores foram alvo de insultos, pontapés e acabaram na esquadra para identificação. Revoltado, Jel já avisou: «Isto não pára aqui. Também vamos ao PSD, ao CDS-PP, a todos. A luta é democrática!». Dá-lhes Falâncio!

«Jornal Nacional de Sexta», agora em livro

Mais uma acha para a fogueira. O jornalista Rui Costa Pinto publica uma biografia não autorizada do Primeiro-Ministro, intitulada, «José Sócrates - o homem e o líder». Diz o site da editora que a obra apresenta novos dados sobre as investigações a Sócrates, «o mais escrutinado» líder do governo de sempre.

Campanha suja

A campanha eleitoral, enfadonha como seria de esperar, está a ficar suja. O 'I' desta quinta-feira qualifica de «fantasmas» as temáticas Salazar e Espanha, levantadas, respectivamente, por PS e PSD. Esta noite foi a vez do líder da jota social-democrata "exumar" um cadáver que se julgava definitivamente enterrado: a licenciatura de Sócrates na Moderna. Está visto que o líder que chegar menos salpicado da porcaria que lançaram para a ventoinha vai ganhar as eleições.

A frase do dia

«Os líderes partidários devem achar tanta graça às piadas políticas dos Gato Fedorento como a Rainha de Inglaterra aos sketches dos Monty Python», João Paulo Guerra, Diário Económico, 16 Setembro 2009

O «Diabo» conhecido e o desconhecido

São notícias como esta , cirurgicamente plantadas a 10 dias de eleições, que fazem cair por terra a alegada autenticidade da «outra senhora». As fidelidades em política podem sair caro a Ferreira Leite. Perante isto, pensarão muitos eleitores, que o «Diabo» Sócrates, que tudo controla, rodeado de muitas amizades perigosas, é preferível ao «Diabo», Ferreira Leite, que ninguém sabe como desempenherá o cargo de chefe do Governo.