16 dezembro, 2010

Jornalismo e culinária

No dia de todas as homenagens a Carlos Pinto Coelho, a RTP divulgou no seu site um excerto de uma pequena entrevista do jornalista a um programa na RTP-N, na passada quarta-feira, na véspera da sua morte. Pinto Coelho, no seu estilo inconfundível, equipara o jornalista a um chefe de cozinha, caracterizando os «pratos servidos nos telejornais» como sendo «enfadonhamente pobrezinhos». E elenca-os: o «bacalhau à bráz» é a política, o «franguinho do churrasco», a economia, a crise e o desemprego e, finalmente, o «bitoquezinho» é o futebol e as suas tricas diárias. Literalmente uma análise deliciosa. Numa parte do vídeo que não está disponível, Pinto Coelho questiona os pivôts da RTP-N se noticiaram a morte do cantor espanhol, Enrique Morente, falecido no dia anterior. Embaraçados, a Estela e o Jorge, os ditos pivôts, disseram que não. Imperdoável, disse Pinto Coelho. No dia seguinte a notícia que foi dada foi precisamente a da sua morte. Arrepiante.

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Os rotweillers são nossos amigos

A charada do dia é a filtração de um assessor diplomático de Sócrates, um tal Jorge Roza Oliveira, que comparou Ana Gomes a um «Rotweiller à solta». Para se enterrar ainda mais o tal Roza Oliveira acrescentou que fez a comparação porque tinha um cão desta espécie e exemplificou que enquanto o seu animal pegava e largava em algo, a eurodeputada não havia forma de deslargar um assunto mais embaraçoso para o poder.

O mistério dos telegramas criativos

A propósito dos telegramas que o Wikileaks tem largado, quais bombas atómicas, ao ritmo de conta-gotas, Cavaco Silva afirmou que os embaixadores são muito criativos, mas o seu assessor diplomático durante uma década, o ex-MNE Martins da Cruz afirma hoje ao «I», de forma categórica, que «não vale a pena negar. O que lá está aconteceu mesmo». Perante isto, o senhor Presidente devia estar era caladinho. Falar menos era capaz de ser uma boa opção, não?

Persona non grata do ano

Um articulista do «El País» diz hoje uma grande verdade: Julian Assange ganhou o prémio da «Time», mas para «persona»...non grata do ano. Pelo menos para os americanos comprometidos com a Casa Branca. O povo elegeu-o democraticamente. Publicamos a capa que nunca o chegou a ser.