25 junho, 2011

Salta à vista

Começo a perceber o alcance das palavras do patrão da Controliveste, Joaquim Oliveira, quando na altura da tomada de posse do novo director do Jornal de Notícias afirmou que o título tinha que «tirar os óculos» e falar com «pessoas, pessoas...pessoas» (sic). As manchetes diárias do JN, invariavelmente da categoria de faca e alguidar, são próprias para todos os leitores, sejam os que têm óptima acuidade visual, passando pelos que não vêem um boi à frente.

Povo sereno e óptimo

Leio no Correio da Manhã: «BILHETES PARA DIA 6 E PASSES DE 4 DIAS PARA O OPTIMUS ALIVE ESGOTADOS A 40 DIAS DO INÍCIO DO FESTIVAL!». Perante tanta procura num contexto de crise, não é de admirar que as medidas adicionais a apresentar pelo primeiro-ministro na próxima semana estejam relacionadas com os festivais de verão. Nada mais justificado. O povo é sereno, quer apanhar sol, beber umas bejecas e fumar umas ganzas. O pior é quando a malta despertar da letargia já nos devem ter ido ao bolso. É tudo à grande!!!

O Paulinho do PSD

Já há muito tempo que andava para escrever sobre esse «cromo» (no bom sentido) da política que é o «Zeca» Mendonça, o eterno assessor do PSD, que tem sobrevivido a todos os líderes que por lá passam. Espero que a comparação não seja mal compreendida, mas o «Zeca» é uma espécie de roupeiro Paulinho do Sporting, trazendo dentro de si a mística inabalável de uma instituição pilar na estabilidade democrática em Portugal. Pessoa amiga contou-me que no dia da posse no Palácio da Ajuda o bom do «Zeca» chegou atrasado e sofreu a bom sofrer para estacionar o seu velhinho jipe a carecer de urgente reforma. Os Homens da Luta estavam lá e gozaram com o homem até à quinta casa. Diz quem viu, que «Zeca» portou-se como um senhor, nunca baixando o nível. Um exemplo para muitos novos assessores políticos que julgam ter o rei na barriga e que fazem tudo para dificultar a vida aos profissionais da comunicação social, muitas vezes penalizando-os pelos critérios editoriais de quem manda no jornal para o qual trabalham.
Temo que não seja possível, mas o«Zeca» é que era bom para ser sombra do «estrangeirado» ministro Álvaro, que aposto vai ser o rei das barracas deste governo.

Tiro ao Álvaro

Raquel Alexandra, a ex-jornalista da SIC que aceitou assumir a pasta de directora de comunicação do novel governo da nação, vai ter uma carga de trabalhos com o «estrangeirado» ministro da Economia. Álvaro Santos Pereira fez hoje a sua primeira visita oficial à feira do artesanato e fartou-se de abrir a boca para gaúdio dos pé-de-microfone que o perseguiam como vespas. Das «pérolas» debitadas, destacam-se a que no seu ministério só vão entrar produtos «made in Portugal» e aconselhou os fabricantes presentes na FIL a colocarem bandeirinhas nos materiais expostos para ser atestada a origem dos mesmos. Com grande à vontade, parecendo que já aqui anda há uns 20 anos, o académico confidenciou ao país inteiro através dos jornalistas que «prefere ser chamado Álvaro do que ministro». Ok, Álvaro a gente faz-te a vontade e se quiseres até podemos ir tomar um copo. Depois não digas que é estás a por-te a jeito para tiros ao...Álvaro.

O autarca alternativo

O Costa não perde uma. Está a aproveitar as festas da cidade para se colar a todas as iniciativas populares, a todas as franjas e grupos de massas, capitalizando simpatias. Depois do mega-pic-nic que transformou a Avenida da Liberdade num «farmville», foi a vez de se juntar ao «arraial gay» na Praça do Comércio. Com a comunidade de gay e lésbicas a crescer a olhos vistos, não ficaria espantado se no próximo ano o Costa implantasse os noivas de Santo António na versão alternativa. Santo António daria umas voltas no túmulo, mas em nome da diversidade da capital portuguesa, o autarca socialista levaria a sua avante.