Pinto da Costa fez as pazes com o «Expresso», após uma década de silêncio. Em entrevista à «Única», o eterno líder do FC Porto, insuflado pela vitória dos dragões diante do Benfica, debita as graçolas do costume sobre o eterno rival de Lisboa, o nome da Liga de futebol, as namoradas, as actuais e a as antigas, e não se coíbe de dar um salto ao meio político onde, na minha modesta opinião, acaba por deixar a mensagem mais importante das 8 páginas de entrevista ao dizer que «Rui Moreira seria um fantástico presidente da Câmara do Porto». O «Papa» parece estar a dar o abraço de urso ao empresário e «paineleiro» do «Trio de Ataque», apoiando-o para a liderança ao edifício da Avenida dos Aliados para correr com o odiado Rui Rio e, ao mesmo tempo, afastando-o do que parece ser o maior sonho do actual responsável da Associação Comercial do Porto, a cadeira do poder do clube do Dragão.
14 agosto, 2010
Um líder muito prendado
Já aqui avisámos que o vento está a mudar. E a comunicação social é sempre um bom barómetro. Depois da revista de televisão do DN e do JN, hoje foi a vez do Correio da Manhã, na sua secção de «beautiful people», informar que Passos Coelho, em férias, cozinha, vai às compras e até janta com os colegas do partido. O jornal não se esquece de sublinhar que Passos fica alojado num «modesto rés-do-chão na Manta Rota», local onde habitualmente veraneia. Para além disso, o líder do PSD concorre para a lista dos «mais sexy» promovida pelo jornal da Cofina. Um homem muito prendado. Enquanto em Espanha os jornais tomam partido pelos partidos que apoiam, em Portugal tudo se faz pelas meias palavras e pelas «notícias» em forma de recados. Mas para bom entendedor...
Pirómanos em potência
Ainda sou do tempo em que as televisão fizeram um pacto para não transmitir com excessiva frequência imagens de sequestros e incêndios. O ano tem sido anormal em fogos, mas a ânsia de os relatar tem acompanhado essa excepcionalidade. Não queria acreditar quando ontem, por momentos até pensei ser da minha vista, assisti a uma tenrinha repórter da TVI, uma tal de Maria Ana Oliveira, em intensa correria e aos gritos, enquanto tudo ardia à volta da senhora, completamente «possuída» pelo ambiente dantesco. Diz um estudo, que recomenda parcimónia na exibição destas imagens, que os pirómanos, sejam eles embrigados, desempregados, pastores ou com perturbações mentais, também vêem televisão, mais que não seja de vez em quando. E que tal uma sugestão para os senhores directores de informação: enviem, para estes «teatros de guerra», segundo as palavras do próprio ministro Pereira, jornalistas experientes e sem a atracção pela glória efémera de um Agosto tórrido? O produto final é capaz de ser mais rigoroso e menos teatral.
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