«Portugal ainda é uma monumental negociata», Mário de Carvalho, escritor, Jornal de Notícias, 29 de Fevereiro 2008
29 fevereiro, 2008
A «desfolhada» de Simone
A cumprir 50 anos de carreira, Simone de Oliveira teve uma semana particularmente agitada. A actriz e cantora «desfolhou» o novo director de programas da RTP, José Fragoso, durante a apresentação do remake de «Vila Faia», mandando-o para casa «cozer batatas», por ter colocado na grelha a novela ao fim de semana antes do telejornal. Na quinta-feira, foi à «Grande Entrevista» de Judite de Sousa e revelou um episódio delicioso: no dia seguinte ao seu espectáculo de 50 anos de carreira, recebeu uma chamada do gabinete do ministro da Cultura a informá-la que Pinto Ribeiro não ia poder estar presente, quando o espectáculo se realizara...na véspera. Surpreendida, Simone lamentou que a Câmara de Lisboa e o PS não se tenham feito representar no Coliseu. Estará a actriz a pagar o apoio a Carmona Rodrigues nas últimas eleições autárquicas? Como disse um dia AJ Jardim a este modesto escriba, «os socialistas são como as famílias sicilianas», protegem sempre os seus, mas raramente perdoam quando são traídos...
Salazar returns
Depois da catadupa de livros publicados durante 2007, Salazar está de volta e promete atormentar alguns espíritos mais inquietos nas próximas 30 semanas. A «Sábado» e o «CM» vão resgatar o «botas» do Vimieiro numa colecção de inegável oportunidade histórica em que se retratam os anos do Estado Novo. O primeiro livro sai já quinta-feira, pelo preço simbólico de 1 euro.
Nas teias da lei
Já nada espanta. Os antigos líderes da extrema esquerda, agora elevados a grandes causídicos da nossa praça, foram requisitados para prestar serviços profissionais a políticos da direita, quase extrema. Arnaldo Matos, conhecido por «o grande educador da classe operária», representa o Governo Regional da Madeira nalguns processos, enquanto Garcia Pereira foi hoje designado advogado de Portas no processo que opõe o líder do CDS ao ministro da Agricultura, Jaima Silva. Já não há heróis, muito menos ideologias. Emergem uns quantos burgueses.
Museu A J Jardim
Segundo a Agência Lusa, a casa onde Alberto João Jardim, residiu durante cerca de 30 anos, no Funchal, foi adquirida pela Fundação Social-Democrata da Madeira que a pretende transformar num museu. Na moradia, comprada por 140 mil euros, será recriado o ambiente em que Jardim viveu desde a sua infância. Neste espaço ficará em exposição a colecção de medalhas que lhe foram oferecidas ao longo dos anos, placas, livros, pinturas, serigrafias, símbolos e recordações diversas. Assim à primeira vista, não estamos a ver a diferença entre fazer um museu a homenagear políticos com longa carreira em Santa Comba Dão e no Funchal. A menos que os 16 comunistas a residir na Madeira se mobilizem em acirradas manif's contra...
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