27 dezembro, 2009

A reabilitação da antiga «polícia do gosto»

Quatro anos depois de ter sido criada, a ASAE já não tem a legião de detractores de outrora. Se calhar nem metade, porventura nem um terço. O epíteto de «polícia do gosto» já faz parte dos recortes dos jornais e da memória de alguns. Já poucos se lembram das campanhas anti-fumo e do encerramento de muitos restaurantes chineses. Ultrapassado o chinfrim inicial, parece quase consensual, admitindo os excessos que se cometeram em determinado fase, que este órgão de polícia criminal tinha um papel para cumprir, nomeadamente na área da restauração. A segurança alimentar é claramente outra desde que a ASAE está no terreno. Dentro de mais uns anos a ASAE pode, quem sabe, ombrear com a DECO, em termos das entidades que mais e melhor zelam pelos interesses dos consumidores. Como tudo, é uma questão de tempo e de falta de memória.

Pânico a bordo

Quando a segurança dos ares parecia estar mais pacificada, eis que em pleno dia de Natal novo sobressalto sucede nos Estados Unidos. Pese embora a aparente segurança nos aeroportos, um cidadão nigeriano, ao que parece oriundo de boas famílias, conseguiu ultrapassar todos os controles e introduzir num avião uma substância perigosa chamada, tetranitrato de pentaeritritol, num voo entre Amesterdão e Detroit. Sabe-se também que o dito terrorista, estava incluído numa lista de indíviduos suspeitos «de baixo nível» de ameaça. Mesmo assim, teve luz verde para avançar. O que parece certo é que o crivo da segurança aperta mais nuns países do que noutros. Mais tarde ou mais cedo, nova tragédia irá acontecer. Com ou sem a inspiração da Al-Qaeda.
PS: Segundo se ouve nos telejornais, a primeira medida cautelar das autoridades é impedir que os passageiros se levantem na última hora de voo, impedindo-os de chegar perto da bagagem de mão.

«Crazy Saturday»

Mesmo sem cheta, segundo a versão oficial, os portugueses não perdem uma oportunidade para gastar mais umas notinhas. As que já receberam e as que ainda vão receber, por via do milagroso crédito, inventado pelas beneméritas instituições bancárias. Depois do rotundo sucesso do ano passado, o El Corte Inglés repetiu o «Black Friday», desta feita a um sábado. A campanha de promoções, em alguns produtos, arranca hoje às 10h e mantém-se até amanhã, com descontos até 50% em todas as áreas. A avaliar pelas pessoas que enchiam na tarde de hoje a superfície comercial de Lisboa, a iniciativa bem que podia ser rebaptizada de «Crazy Saturday». Foi uma autêntica febre de sábado à tarde. Veio-me à memória, as imagens com origem nos states ou na Austrália, em que os clientes permanecem uma noite na fila para não perderam as melhores promoções. Por cá, a avidez não atinge ainda esse nível, mas anda lá perto.