12 novembro, 2009

Uma capa-isco

A capa de hoje da «Visão» levou muitos leitores ocasionais ao engano, atraindo-os a adquirir a publicação. Em muitos quiosques só tinham resistido dois ou três exemplares da revista do grupo Balsemão ao fim da tarde, em prejuízo da «Sábado», que não terá cativado a sua clientela com a reportagem sobre como Salazar espiou o Opus Dei. As palavras «Manual da Corrupção» e «como se obtém dinheiro para subornos», «como se fazem sacos azuis», «como se escondem lucros» e «como se atrasam processos» funcionou como uma espécie de engodo para muitos leitores que queriam saber como enveredar pela carreira do «Rei do Sucata», sem ser apanhado pela polícia. Ao lerem as páginas interiores ficaram, certamente, desiludidos.

Não me pronuncio, não me apetece

Mesquita Machado submeteu-se a uma entrevista em «fogo cruzado» da revista «Sábado». O presidente da Câmara de Braga e o seu assessor estiveram quase a «passar-se» durante os «49 minutos» de conversa devido à agressividade colocada pelos entrevistadores. Imperdível a passagem, completamente nonsense, em que o «dinossauro» autarca socialista responde (responde é uma forma de expressão) sobre os casos envolvendo o Primeiro-Ministro e que a seguir transcrevemos:
(...)
Que outros pecados cometeu José Sócrates?
Isso tem de lhe perguntar a ele
O processo Freeport ensombrou-o?
Não me pronuncio sobre isso.
Porquê?
Porque não me apetece.
E sobre o processo da Universidade Independente?
Não me pronuncio.
E sobre o processo das casas na Guarda?
Quais casas?

Que José Sócrates terá projectado.
Não faço ideia.
E sobre o processo do aterro da Cova da Beira?
Não, não me pronuncio.

Ela diz que sabe fazer

Isabel Alçada é a Ana Jorge do ministério da 5 de Outubro. Tem um ar urbano e confiável. Comunica bem e com um franco sorriso no rosto. Até o «trapo» que escolheu foi acertado. É a antítese da antipática «Milu» que fez mossa durante quatro anos. Em entrevista à RTP, a escritora de «Uma Aventura» insistiu, num registo delicodoce, na tecla do trabalho e do diálogo. Perante as dúvidas pertinentes de Judite de Sousa, a ministra garante: «Eu sei fazer». Cá estaremos para aferir dos resultados.

O rato roeu o cabo eléctrico e o jogo parou

Esta notícia é a metáfora que encaixa na perfeição perante o estado actual do País, onde abundam os «ratos», as «toupeiras» e os sucateiros milionários. O Portimonense-Académica, da Taça da Liga, foi ontem interrompido ao minuto 51, devido à falta de iluminação. Alegadamente, um ratinho lembrou-se de roer um dos cabos eléctricos que fornecia energia naquele estádio do Algarve. O jogo é retomado esta tarde. À luz do dia.

Não se nota nada

«Os preços estão a descer, mas os portugueses não acreditam», in «Público», 12 Novembro 2009