22 novembro, 2008
A frase do dia
«O Mundo sería mais pacífico se fossemos todos ateus», José Saramago, em entrevista ao jornal «El Clarin», 22 Novembro 2008
A diferença entre um rico e um indigente
O Conselheiro de Estado, Dias Loureiro, reconheceu na entrevista a Judite de Sousa que «não tinha dinheiro quando saiu da política», mas que agora, tanto ele como a família, «vivem «bem» e desafogadamente. Rejeita, contudo, considerar-se «rico». Mais de uma década nos negócios pelo norte de África e por outras paragens exóticas deve ter sido suficiente para atingir o desafogo financeiro. Se Dias Loureiro não é rico, eu, abaixo assinado, sou um indigente.
Tudo boa gente
Uma noite de contradições. Dias Loureiro foi à televisão explicar-se, quando devia ter ido fazê-lo ao Parlamento. Na entrevista, o ex-ministro de Cavaco mostrou-se sempre pouco seguro, com algumas respostas evasivas e muitos «não sei». Interessante o momento em que quase pôs as mãos no lume pelo agora «engavetado» Oliveira e Costa. Relembrou, depois, com pormenor, a conversa tida, em 2001, e em data precisa, com o então vice-governador do Banco de Portugal, António Marta, quando, segundo versão de Loureiro, pediu mais atenção para a supervisão bancária ao BPN, mas resalvou que os dirigente à frente do banco «eram boa gente». Marta desmente Loureiro, apesar de confirmar o encontro. «Se o dr. Dias Loureiro anda a dizer isso [que informou o Banco de Portugal de problemas de gestão do BPN] ou está a fazer confusão com a pessoa, ou a mentir”, afirmou António Marta, em notícia publicada hoje pelo “Expresso”. Segundo o relato de António Marta, Dias Loureiro até lhe terá perguntado porque é que a supervisão bancária não largava o BPN.
Fica, com toda esta troca de argumentos, demasiada suspeição no ar e a certeza de que muito dessa «boa gente» que o velho amigo de Cavaco Silva fala está envolvida até ao pescoço...
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