15 junho, 2009

Sessões contínuas

Depois do tempo de interrogatórios em tribunal ter sido substancialmente reduzidos com as recentes alteração penais, as comissões de inquérito parlamentar a instituições bancárias são a mais recente «via sacra» dos jornalistas, especialmente os mais «verdinhos». Quem for escalado para este serviço é quase certo que lhe vai cair em cima do lombo nunca menos de 10 horas de trabalho ininterrupto. É coisa para começar às 15 horas e terminar para lá da meia-noite, com direito a 3 intervalos para idas à casa de banho e uma sande para enganar o estômago faminto. E se o deputado Nuno Melo for membro da Comissão, então a confusão é garantida, com direito a duas voltas de perguntas. Hoje foi ver o camarada governador Vítor, com a sua farta cabeleira pintada, a trocar argumentos, muito irritado, com o deputado já quarentão, Melo, com cara de miúdo e os seus cabelos naturalmente brancos que fazem endoidecer a fauna feminina. Todas menos Maria «Barbie» de Belém, a presidente da comissão, que não perde uma boa «briga» com o deputado do CDS. O nível da contenda não foi o melhor, mas valeu pelo espectáculo em pleno período estival.

A meter água

Não raras vezes, Lisboa tem o seu quê de urbe terceiro-mundista. Trinta minutos de chuva foram suficientes para algumas artérias das Avenidas Novas ficassem inundadas e uma faixa do Túnel do Campo Pequeno fosse cortada pelo mesmo motivo. Os simulacros de sismos sucedem-se, com grande aparato, mas continua a falhar-se na gestão diária da «mercearia», preferindo discutir-se o pavimento do Terreiro do Paço ou os elevadores para o Castelo. Se indeciso estou no voto para as legislativas, o melhor é nem falar dos candidatos à autarquia «alfacinha». É um pior que o outro. Mas num aspecto convergem, são óptimos a meter água por todos os lados.

Monólogo socrático

Ana Lourenço, a doce e macia, jornalisticamente falando, pivô da SIC (a tal que truncou o nome a Martim Borges de Freitas) vai entrevistar José Sócrates na quarta-feira à noite. Lá por Carnaxide tiveram o cuidado de escolher (ou por imposição do governo, resta saber) a menina dos olhos tristes. Conhecendo o estilo do Primeiro-Ministro, esperamos não assistir a um monólogo...socrático.