06 fevereiro, 2008

A frase do dia

«Só o salário dos chefes cresceu em 2007», título do "Diário de Notícias", 6 de Fevereiro, 2008

Recordar é viver

A onda revivalista não cessa. Três dos spots que mais tempo mediático ocupam, actualmente, na TV e na rádio socorreram-se de hits nacionais dos anos 70 e 80 para suportar as suas campanhas. A Coca-Cola resgatou do baú o revolucionário «E depois do adeus?» de Paulo de Carvalho, o Continente do retalhista da Sonae, recuperou o «Ontem, hoje e amanhã» do ressuscitado José Cid, e finalmente, o Sapo, da Portugal Telecom, foi o mais infantil, ao ir buscar «Eu vi um sapo» da pequenina Maria Armanda, cujo paradeiro se desconhece. Não seria de estranhar que o «Recordar é viver» do grande Vítor Espadinha estivesse na calha...
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Erros meus, má fortuna

Gonçalo Amaral, o inspector que coordenou o caso Maddie, foi afastado por ter "metido a boca no trombone", queixando-se da falta de colaboração da polícia inglesa. Alípio Ribeiro, director da PJ, tão cauteloso que foi num "Prós & Contras", entrevistado durante 15 minutos para nada dizer, perante o desespero da Dona Fátima Campos Ferreira, vem agora admitir numa entrevista de fundo que houve «precipitação» em constituir Gerry e Kate como arguidos. Estranhamente continua no cargo e o ministro da Justiça, que dizem ser seu amigo pessoal desde os tempos da faculdade, dá-lhe palmadinhas nas costas. A PJ anda de algum tempo a esta parte com "pé frio" nos directores nacionais que tem. Não há ninguém competente, e de preferência mudo, por aí?

«Se voltares para mim, eu anulo tudo»

O presidente francês atirou o isco para os jornalistas morderem e, ironia do destino, está ele a ser devorado pelos paparazzi de revistas cor de rosa do mundo inteiro. O «Le Nouvel Observateur» revela hoje mais um episódio nada edificante para o inquilino do Eliseu. Diz o jornal que Sarkozy enviou 8 dias antes do casamento com Carla Bruni uma mensagem de SMS à sua ex-mulher, Cécilia com o seguinte conteúdo: «Se voltares para mim, eu anulo tudo». Não houve resposta ao desafio e a cerimónia realizou-se mesmo. Não dá para acreditar...

O modelo americano

Goste-se ou não da forma algo arcaica como se decidem as eleições nos states, reunindo-se nalguns Estados pequenas assembleias de votantes para decidir, como se estivessem à mesa de um café, o candidato que desejam ver na Casa Branca, a verdade é que este método de campanha eleitoral exige um quase transcendental esforço por parte dos candidatos e das respectivas máquinas eleitorais. São 9 meses de uma intensa luta, troca de argumentos, ideológicos e de carácter, em que (quase) sempre ganha o melhor, do lado democrata e republicano. É como se de um campeonato se tratásse, uma prova de eliminação, com vitórias e derrotas de parte a parte, onde é preciso suar muito para chegar na dianteira. Por cá, tudo se decide em 15 dias, ao sabor dos humores do povo e das mentiras dos candidatos. É certo que não há dinheiro para importar este método cá no burgo, mas até não seria má ideia para expurgar as impurezas que vão corroendo o sistema.

O regresso da dinastia Clinton

A América é assim. Diferente. Al Gore teve mais votos nas últimas presidenciais, mas foi Bush o presidente eleito. Ontem, na "super tsunami Tuesday", Hillary ganhou menos Estados do que Obama, mas venceu nos mais importantes., por isso, elegeu mais delegados. A vitória da ex-primeira dama foi de Pirro. Nada ficou decidido. A sua vantagem é magra. Mas duas lições são possíveis de retirar: os hispanos e os asiáticos foram fundamentais para a vitória de Hillary na California e Obama já consegue uma boa penetração nos eleitores brancos e nas mulheres. Apesar disso, Clinton deve ser a escolha dos democratas. O senador, com origens no Quénia, que nem 50 anos tem, pode perfeitamente em 2018 voltar a concorrer a um dos cargos politicos mais apetecidos do mundo. O mesmo é dizer que depois de uma pequena interrupção para dar lugar à dinastia Bush, a dinastia Clinton retoma funções dentro de momentos...