25 abril, 2011

Os «fab four» de Belém

O espectáculo gratuito «Cavaco & friends», hoje em exibição nos jardins de Belém, foi muito «bla, bla, bla». Conversa fiada, dito de outra forma. Sampaio e Cavaco ainda estão em plena forma, mas daqui a mais meia dúzia de anos, este «quarteto fabuloso» de presidentes do regime democrático, vai poder ser rebaptizado de «brigada do reumático» de Belém.

Exclusivo TVI

A moda mais recente do jornalismo de investigação à portuguesa é descobrir onde trabalham, onde comem e, já agora, onde...compram cigarros (pensavam que eu ia perder a compostura, não era? Isto é um blog sério!), os homens da troika. Em rigoroso exclusivo TVI, soube-se que os homens da mala passaram o fim-de-semana a trabalhar no Centro Jean Monnet, nas traseiras do Hotel Tivoli, onde estão alojados. Pelo menos têm uma vista soberba sobre a colina do castelo. Como não há mais nada para dizer, o que interessa é ir enchendo um chouricito.

A frase do dia

«Estes três anos serão classificados como a maior crise dos últimos 100 anos», José Sócrates, primeiro-ministro demissionário, Agência Lusa, 25 Abril 2011

Rumor real?

Disparam os rumores sobre o real estado de saúde do Rei de Espanha. D. Juan Carlos primou pela ausência ontem na cerimónia religiosa da Páscoa na Catedral de Palma de Maiorca e hoje apareceu em visita oficial ao Qatar mais magro e com a «barba crescida e descuidada», como relata a imprensa espanhola. Recorde-se que o monarca foi operado o ano passado a um tumor que os médicos asseguraram ser benigno.

Um «Salazar de esquerda»

Depois de muito levar na cabeça, o camarada Otelo lá veio dizer que afinal sempre quis fazer a revolução, que as palavras tinham sido tiradas do contexto, mas do que Portugal precisava mesmo era de «um Salazar de esquerda». Uma pérola. A coisa vai em crescendo rumo ao abismo. Felizmente que o tempo de antena do capitão está a acabar e só lhe voltam a meter o microfone à frente a 25 de Abril de 2012. Thank God!

«Bebé» revolucionário

Oiço o Rodrigo Pratas na SIC-Notícias informar dois «paineleiros» de serviço que o sempre polido e conciliador camarada José Lello chamou, na sua página do Facebook, «foleiro» a Cavaco Silva por não ter convidado os deputados para a cerimónia do 25 de Abril realizada nos jardins de Belém. E foi logo no dia do aniversário do boavisteiro Lello. Este homem, para além de ser do norte, é um verdadeiro revolucionário!

A análise do «Calimero»

Terminou com chave de ouro o ciclo de entrevistas que a RTP levou a efeito sobre Portugal e o Futuro, "malgré" a paupérrima moderação de madame Fátima. O «Calimero» Sampaio, sem nunca se referir directamente ao seu sucessor em Belém ou a qualquer líder político em funções, foi claro na análise: de pouco interessa apurar responsabilidades, é preciso que os actores políticos se entendam e encontrem o rumo certo para crescer e ganhar confiança, necessitando para tal de possuir uma base de apoio social alargada para que o pacote de austeridade seja melhor aceite pela população e ao mesmo tempo reformar, corrigir paralisias e manter o Estado Social para os mais carenciados. O ex-PR repetiu ainda, por diversas ocasiões, que é preciso rejuvenescer os partidos políticos. Acontece que Sampaio até teve, na globalidade, uma boa perfomance em Belém, mas fica indissociavelmente ligado a estes 6 anos de socratismo. Foi ele que carregou no botão vermelho que implodiu o santanismo, ao que se diz pressionado por forças ocultas próximas de Sócrates, recentemente ratificado na liderança do Rato, para este tomar de assalto São Bento. Com este episódio, Sampaio levou Sócrates a Primeiro-Ministro e perdeu um dos seus bons amigos, Ferro Rodrigues. Mas isto, como diz o «cenoura», são histórias passadas. E não queremos vê-lo chorar por tão pouco, caro Doutor!

Contas criativas e «marteladas»

Ainda há não muito tempo, ouvia economistas de alto nível dizerem que Portugal podia ter muitos defeitos, mas não fazia contabilidades criativas como os gregos. Afinal, a «troika» já começou a destapar-nos a careca. «Martelar» contas também é connosco, como se viu com a revisão do défice por parte do INE devido a umas «desorçamentaçõezitas» sem importância. No caso grego aventou-se a possibilidade de vender umas ilhas para minorar o desastre. Portugal não tem tantas como os helénicos, mas o potencial das que estão dentro da soberania naciona podia selar um bom negócio com a «troika» que nos ocupa. Com uma condição: no pacote da operação de venda iriam Alberto João Jardim e Carlos César, não fossem estes líderes insulares ter a veleidade de pedir asilo político no continente.

Troca de cravos entre camaradas, pá!

A idade começa a pesar sobre os camaradas que fizeram a revolução dos cravos. Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço andam às «turras» através da comunicação social. O primeiro diz que se, há 37 anos, soubesse o que sabe hoje, tinha ficado de pantufas em casa, pá!, enquanto o segundo assegura que Otelo ainda não percebeu em que revolução participou. Perante esta troca de «galhardetes» e de cravos, que fica confuso somos nós. Mas será que a revolução existiu mesmo ou é mito urbano,pá?

Comemoração revolucionária

Uns adoram-se, outros detestam-se, mas em nome da nação, aceitaram estar amanhã, às 12 horas, no Palácio de Belém para as inéditas comemorações do 25 de Abril. É uma espécie de Cavaco & Friends, Eanes, Soares e Sampaio, em altura de emergência nacional. Serão mais quatro estafados diagnósticos sobre o estado da nação.

Belisquem-me se isto foi escrito por um Bastonário!

Este artigo escrito por Marinho e Pinto no Jornal de Notícias deste domingo é das prosas mais violentas que tenho lido. O Bastonário da Ordem dos Advogados responde ao cronista Manuel António Pina, sugerindo ao escritor que «cure o seu mal» com uma «boa dose de iodo». «Vá para uma boa praia e... Ioda-se!», sintetiza Marinho. De alto coturno, realmente. A pedido de algumas famílias, publicamos o artigo ou vómito, como quiserem, em versão integral:


Comecemos por onde estas coisas devem começar: o escriba que diariamente bolça sentenças nesta página e que dá pelo nome de Manuel António Pina é um refinado cretino. Posto isto, assim, que é a forma honesta de pôr este tipo de coisas, nada mais haveria a dizer. Citando um treinador de futebol dado a elucubrações epistemológicas, «um vintém é um vintém e um cretino é um cretino». E... Pronto! Estaria tudo dito. Além disso, só se MAP não fosse tão cretino é que valeria a pena mostrar-lhe por que é que ele é tão cretino.
Não costumo responder a cretinos. Mas, correndo o risco de este, como todos os outros, se tornar ainda mais agressivo, vou abrir uma excepção e descer ao seu terreno para lhe responder com as mesmas armas que ele tem usado contra mim, até porque este é um cretino especial, do tipo intelectual de esquerda.
MAP anda, desde 2005, a desferir-me ataques pessoais. O homem tem uma fixação doentia em mim. Incomodam-no muito as minhas posições públicas e sobretudo as denúncias que tenho feito sobre o nosso sistema judicial. Ele nunca se referiu com seriedade ao que eu digo. Prefere atacar-me como pessoa, imputando-me sempre os motivos mais mesquinhos ou os propósitos mais infames.
MAP tem a postura de um medíocre bem pensante, para quem é sempre mais cómodo atacar pessoas em vez de criticar ideias. As pessoas arrumam-se de uma penada, atingindo-as, à falsa fé, com dois ou três adjectivos. Isso dá a essa espécie de cretinos uma ilusória sensação de importância. Os medíocres só se sentem fortes quando humilham os que julgam mais fracos. Discutir ideias ou comentá-las com seriedade é sempre mais difícil porque exige qualidades que não abundam em MAP. Este é um megalómano em permanente ajuste de contas com a sua própria mediocridade intelectual.
Mas, ele é também intelectualmente desonesto, pois interpreta os factos sobre que escreve de modo que as pessoas concluam algo diferente do que eles realmente significam. A título de exemplo: ele já tentou convencer os leitores do JN de que a culpa pelas horas que as pessoas perdem inutilmente nos tribunais portugueses é dos advogados e não dos juízes.
Aliás, MAP nunca teve uma palavra sobre a actuação dos magistrados, a não ser para os elogiar ou então para execrar quem os critica. Ele deve ter algum sentimento compulsivo de gratidão para com eles ou alguma amizade reverencial (este tipo de pessoas age muito por amiguismos), pois adopta sempre uma postura canina em relação à justiça. A agressividade de mastim com que ataca os que criticam o funcionamento dos tribunais é apenas o corolário da sua obsequiosidade de caniche em relação às magistraturas.
MAP julga-se um ser superior. Com a displicência dos tudólogos diplomados ele fala de tudo e de todos, do que sabe e do que não sabe. As suas crónicas no JN, sempre naquele estilo alambicado típico dos ociosos, são a expressão aparolada de um imenso complexo de superioridade. Ele tem de julgar e condenar sumariamente alguém, pois senão sente-se diminuído perante si próprio e, sobretudo, perante o círculo de aduladores que lhe entumecem o ego.
Mas, se repararmos bem, lá nos secretos mais profundos do seu ser esconde-se um homem cruelmente dilacerado por indizíveis frustrações. É possível que na adolescência o tenham convencido de que seria um grande escritor, destino para o qual logo desenvolveu os tiques e poses apropriados. Mas, afinal, nunca passou de uma figura menor típica do universo queirosiano - um personagem que mistura o diletantismo de um João da Ega com os dotes literários de um Alencar d'Alenquer e o rancor mesquinho de um Dâmaso Salcede. Tudo isso, transposto para o jornalismo, resultou numa espécie de Palma Cavalão dos tempos actuais. Enfim, um homem que chegou a velho sem ter sido adulto e a quem os mais próximos, por rotina, caridade ou estupidez, provavelmente ainda tratam como uma grande esperança.
Esse género de frustrações conduz, no limite, ao desespero existencial. Em alguns casos, estes frustrados cometem actos tenebrosos. Porém, em MAP, as suas frustrações e complexos transformaram-no, num sniper que, emboscado nos telhados da sua senilidade rancorosa, dispara cobardemente contra tudo o que mexe, de preferência contra o carácter das vítimas que escolhe ao acaso.
Senhor Manuel António Pina, não se atormente mais. O seu mal cura-se com uma dose apropriada de iodo. Trate-se! Vá para uma boa praia e... Ioda-se!
NOTA: Na próxima crónica apresentarei as razões por que não irei votar em 5 de Junho. Isto se mais nenhum cretino se atravessar no meu caminho.