07 agosto, 2007

Venham ao circo da Praia da Luz

Meninos e meninas, venham ao circo da Praia da Luz ou então assistam ao espectáculo diário que as nossas televisõezinhas nos proporcionam em período estival. Temos palhaços, leões, domadores, câmaras de televisão, fios de microfone, antenas satélite e carros de exteriores.
Depois de uma pausa de um mês e picos, regressa o pão e circo ao barlavento algarvio. E que jeitão dá para a indústria mediática em plena silly season. Ontem era o "sangue de cadáver", hoje deixou-se cair a inócua expressão e repetiu-se até à exaustão uma frase soprada por alguém (as tais "fontes próximas do processo" e tal) supostamente da Polícia Judiciária: "Já há uma luz ao fundo do túnel para a resolução do caso". Sabe-se lá o que isso quer dizer e por quem foi dito. Garantido é que o espectáculo é diário e quase non stop. As rádios, sem produção própria, passam a manhã informativa a debitar os novos bitaites dos matutinos e as televisões, especialmente a SIC-Notícias, desdobra-se em regulares directos do local do alegado crime. Capitalizar audiências em pleno Agosto era ouro sobre azul para os nossos canais e filmar em exclusivo a entrada dos alegados homicidas, o furo do ano. Já a obtenção das primeiras imagens do cadáver da menina seria provavelmente trocada por qualquer programador dos canais nacionais pelos direitos da totalidade do campeonato português de futebol.



A frase do dia

"Há epifenómenos que ocupam as páginas dos jornais. Em Portugal faz falta um bom exercício de autoridade", Rui Vilar, presidente da Fundação Gulbenkian, Diário Económico, 7 Agosto, 2007

Perversões no país do sol nascente

Chamam-se "sexual dolls". São de silicone, têm esqueleto metálico e o cabelo natural. Fazem as delícias dos solitários, celibatários e tripulantes de submarinos japoneses. Podem custar até 6 mil euros e a sua aquisição pode ser feita por internet. São o "fétiche" para muitos japoneses, o que pode explicar a diminuição abrupta da natalidade naquele país oriental. Será que o aumento oculto do número de "lolitas" à portuguesa é o motivo para a redução da fertilidade no nosso cantinho à beira mar plantado?

Diálogos insulares com travo a poncha

Marques Mendes: "Façamos um brinde ao nosso líder, Alberto João. G'anda nóia"
Alberto João Jardim: "Não te estiques, "caga tacos" Mendes. Olha que digo aos meus capangas para te mandarem de volta no primeiro avião para o cont'nente"