07 maio, 2008

Diferentes no conteúdo, siameses no estilo


Manuela Ferreira Leite deu hoje a Judite de Sousa a sua primeira grande entrevista. Insistiu nos argumentos da credibilidade, seriedade e verdade, em contraponto a Sócrates. Demarcou-se do Primeiro-Ministro no conteúdo, mas na imagem mostrou-se quase a papel químico. E é sabido como estas questões, hoje em dia, pesam: intolerável à crítica, o verniz começa a estalar quando à ex-ministra é colocada uma daquelas perguntas embaraçosas, em que se escutam as palavras mágicas «défice» e «receitas extraordinárias». Dando como boa a hipótese que será ela a vencedora das eleições do PSD, o melhor é abrir já um concurso nas televisões para recrutar moderadores corajosos e agressivos para entrevistar estes dois animais ferozes.

«Passillo» e banho de bola

Rivalidades à parte, as tradições são para ser respeitadas, mesmo que isso corresponda a uma boa dose de humilhação. Aconteceu hoje com o Barcelona no Santiago Bernabeu, que não teve remédio senão vergar-se à vitória do Real Madrid no campeonato, saudando os campeões com o tradicional «passillo» (ou corredor, em linguagem tuga). Como diz a imprensa espanhola, foi «passillo» fora de campo e banho de bola dentro das quatro linhas, pois os catalães foram goleados por 4-1.Olé!

Política na secretaria

Obama deu ontem mais um passo firme para ganhar a candidatura democrata, mas Hillary resiste a atirar a toalha. A senadora insistiu na importância da recontagem dos votos na Florida e Michigan, dois estados onde saiu vencedora, mas que foram penalizados pelo Partido Democrata por anteciparem a data das eleições. Quem sabe se, mais uma vez, o populoso Estado da Florida não é determinante para apurar o futuro presidente dos states?

A tragédia silenciosa

Na era das tragédias mediatizadas, a catástrofe que assolou a Birmânia é pouco menos do que clandestina. Só quase uma semana depois da devastação provocada pelo ciclone «Nagris» é que a austera Junta Militar começa a divulgar os primeiros dados provisórios de vítimas, depois de se ter negado a autorizar o auxílio da comunidade internacional. Fontes diplomáticas apontam para cerca de 100 mil mortos. Pelas imagens que chegam, parece que nada aconteceu. As imagens que o regime dá luz verde são surpreendentemente dóceis para a brutalidade dos numeros. É assim numa democracia sequestrada, onde a galopante força da estatística, pelo menos por uma vez, vale mais do que as imagens.

As meninas boas vão para o céu, as más para a esquadra

Amy Winehouse começa a ser «freguesa» assídua aqui no «tasco». Hoje, foi obrigada a fazer mais uma visitinha a uma esquadra londrina, de onde saiu sob fiança, por ter sido apanhada a fumar uma substanciazita ilícita num video divulgado pelo «Sun», em Janeiro. As tropelias da «agarrada» Amy já lhe valeram ter perdido a licença para cantar no novo 007 - pudera, a menina passa mais tempo na esquadra que no estúdio. Talvez não fosse má ideia os organizadores do Rock in Rio assinalarem com um asterisco a presença da cantora inglesa no festival do parque da Bela Vista com um prudente «a confirmar»...