Dizem os entendidos em contas, do género de Medina Carreira, que as pontes e os feriados «comem» milhões ao PIB. Ontem e hoje, o desafogo de trânsito na capital era bem visível, mas na próxima sexta-feira, uma espécie de dia de ninguém ensandwichado entre dois fins de semana, Lisboa vai mesmo parecer uma cidade do primeiro mundo. Por um dia, a qualidade do ar que se respira na Avenida da Liberdade deve melhorar substancialmente. Como cantavam os Trovante no saudoso 125 Azul, «não sei mesmo se Lisboa não partiu para parte incerteza». Apesar da crise.
09 junho, 2009
Um valor Seguro
Cavaco vetou, como lhe competia e como se impunha, a lei do finaciamento dos partidos e das campanhas eleitorais. À má fila, e em tempo de crise, os partidos queriam gastar mais dinheiro no Carnaval e, de preferência, em dinheiro vivo para não deixar rasto. António José Seguro, deputado do PS, foi o único parlamentar a votar contra esta lei aprovada no final de Abril com o canino voto favorável de todas as bancas e a abstenção de Matilde Sousa Franco. Muitas vezes apontado como futuro secretário-geral socialista, Seguro tem sempre ficado à margem das grandes decisões por falta de «tropas» e por não pertencer a uma familia política de peso, mas o seu trabalho de formiguinha em S. Bento, procurando prestigiar uma instituição e os seus representantes cada vez mais condenados ao descrédito, é de relevar. Um dia que o bloco central dos interesses vá abaixo, pode ser que Seguro tenha a sua oportunidade. Até lá, o melhor é sonhar. O Costa já tirou senha para suceder a Sócrates.
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