Moral e vergonha são palavras que geralmente estão excluídas do léxico de políticos e gestores profissionais. Silva Lopes e Vítor Bento, apenas para citar dois exemplos, advertiram que a actual situação de crise aconselharia a uma descida de salários. Belmiro de Azevedo vai fazer o mesmo com os colaboradores do seu, cada vez mais deficitário, «Público». Diz o engenheiro, que «mais vale estar activo e ganhar menos», do que estar no desemprego. Nos jornais surge hoje a notícia que Vítor Constâncio e a sua equipa de administradores vão ser aumentados em cerca de 5 por cento, aumento esse extensível ao presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião, grande amigo do ministro Pinho e Amado da Silva, presidente da Autoridade da Concorrência, que tranquilizou a irrequieta e incómoda entidade reguladora para o governo no tempo de Abel Mateus. Só para o governador do Banco de Portugal, o pequeno incentivo salarial representa mais 900 euros por mês. Não é para quem quer, é para quem pode...
PS: Já a noite ia longa, soube-se que o Banco de Portugal decidiu congelar o salário dos administradores, que não vão receber o aumento correspondente a este ano, nem tão pouco o relativo a 2008. Os avanços e os recuos desta gente são feitos ao sabor das notícias. Ainda por cima em ano eleitoral não dá jeito nenhum chocar a opinião pública.