03 outubro, 2011
Primeiro estranha-se, depois enxerga-se
O António Esteves Martins é um repórter de assuntos europeus de mão cheia, mas como está fora há uns tempos, é natural que não conheça a sua pátria como devia ser. Na abertura do Telejornal, o camarada Esteves Martins classificou a Grécia «como um país estranho», onde era raro alguém pagar impostos, mas certamente que já se esqueceu como é que os seus compatriotas se comportam aqui no «rectângulo». Se bem me lembro, segundo um estudo recente, se a fraude, a evasão e a corrupção fossem atalhadas quase na totalidade teríamos no nosso país um nível de produção de riqueza semelhante aos finlandeses. Neste domínio, Portugal e Grécia são ambos países estranhos e exóticos, o que talvez possa variar é o coturno dos malandros que fogem ao fisco e façam gala dos seus obscenos sinais exteriores de riqueza. Os «chico-espertos» nacionais são mesmo imbatíveis.
Bem vinda à liberdade, Amanda!
Perugia é uma graciosa e medieval cidade do centro de Itália, mais recentemente conhecida pelo seu pólo universitário. Tal como a Praia da Luz, também lhe calhou em sorte (ou azar) um caso judicial que hoje parece ter tido o seu fim. O Algarve teve o processo Maddie, Perugia teve a morte violenta de Meredith Kercher, em 2007, uma universitária americana que foi encontrada assassinada, com brutais sinais de violência. Falava-se de uma noite de copos, droga, sexo e traição numa residência universitária. Os suspeitos da morte de Meredith eram vários. Amanda Knox, companheira de quarto de Meredith, e o seu namorado de então, Rafaelle Solicito, foram os principais suspeitos. Foram julgados e condenados a 26 e 25 anos de cadeia, respectivamente. Após 4 anos atrás das grades, o apelo foi agora analisado pelo tribunal que os declarou «inocentes» do crime. A deficiente investigação policial, nomeadamente em termos de provas periciais, fez cair pela base uma teoria que vinha perdendo consistência. A arte da defesa de Amanda e Rafaelle fez o resto.
Aos 24 anos, Amanda recupera a liberdade para regressar a Seattle, na costa oeste americana, a sua cidade natal, de onde saíra com 19 anos para estudar em Perugia. Uma verdadeira história com ingredientes de novela, beleza, sexo e crime, que as televisões americanas e britânicas esmifraram até ao tutano. De estranhar o alheamento dos canais portugueses, até porque a moral da história acaba por humanizar a moribunda justiça portuguesa: afinal os incompetentes estão por todo o lado. Basta ligar a televisão e os jornais.
Bem vinda à liberdade, Amanda! Juro que o teu choro convulsivo aquando da leitura da sentença conseguiu emocionar-me. Só se dá valor à liberdade quando se está privado dela.
Aos 24 anos, Amanda recupera a liberdade para regressar a Seattle, na costa oeste americana, a sua cidade natal, de onde saíra com 19 anos para estudar em Perugia. Uma verdadeira história com ingredientes de novela, beleza, sexo e crime, que as televisões americanas e britânicas esmifraram até ao tutano. De estranhar o alheamento dos canais portugueses, até porque a moral da história acaba por humanizar a moribunda justiça portuguesa: afinal os incompetentes estão por todo o lado. Basta ligar a televisão e os jornais.
Bem vinda à liberdade, Amanda! Juro que o teu choro convulsivo aquando da leitura da sentença conseguiu emocionar-me. Só se dá valor à liberdade quando se está privado dela.
O anticiclone dos Açores encontra-se com uma anomalia
Já leio que amanhã e quarta teremos uma «onda de calor» em Portugal. A histeria está a aumentar. Mas pior do que disso, só mesmo o que vem escrito no jornal «I», onde se justifica que o caliente Outono português se deve a uma «anomalia no anticiclone dos Açores». O melhor é mesmo providenciar um técnico para fazer manutenção à máquina.
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