No dossier de seis páginas que dedica a Portugal, o «Financial Times» refere que José Sócrates é um “optimista inveterado”. Existiam tantas qualidades e outros atributos para salientar no nosso primeiro-ministro e o circunspecto jornal britânico prefere escolher a veia determinada do animal outrora designado por feroz, agora no ocaso da sua vida política. Ainda dizem que o homem já não tem boa imprensa...
13 julho, 2010
Mais uma viagem, mais uma prescrição
O desenlace do caso Isaltino está há muito desenhado. O Tribunal da Relação fartou-se de trabalhar nos últimos tempos para, num dia só, anular a perda de mandato do autarca, absolvê-lo do crime de abuso de poder e invalidando a condenação pelo crime de corrupção passiva. A pena de prisão efectiva é confirmada, mas reduz-se de 7 para 2 anos. O tribunal defende que há factos que não deviam ter sido considerado provados e ordenou refazer o acórdão de primeira instância. Outro processo talhado para viajar de tribunal em tribunal até à prescrição final.
O empata-festas
O ex-ministro da Economia, Augusto Mateus, está no Brasil a aconselhar o país irmão a reformar os estádios já construídos, em vez de erigir elefantes brancos para o Mundial de Futebol 2014. Em entrevista à «Folha de São Paulo», diz que Portugal está a pagar a factura do disparate do Euro 2004 e lembra que o nosso país gastou 1,1 mil milhões na reforma de estádios já existentes e na construção de 5 novas infraestruturas. Mateus volta a aventar, como aqui já escrevenos, a hipótese de demolição dos estádios como possível forma de desinvestimento. Aos brasileiros deixa um recado, muito difícil de cumprir: «não se deixem entusiasmar pela festa do futebol», retirando ensinamentos da trágica experiência portuguesa. A Mota Engil brasileira não deve gostar do «papo» deste «cara» e da próxima vez que ouvir falar num tal Mateus até é capaz de pagar para as suas entrevistas anunciando tragédia não sejam publicadas.
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