12 setembro, 2010

Empates e trapalhadas

As sondagens dizem que Sócrates e Passos Coelho estão empatados. Mau prenúncio para um candidato que vinha com altas expectativas de rapidamente superar nas intenções de voto o líder de um governo desgastado. A trapalhada do processo de revisão constitucional prejudicou a popularidade do líder social-democrata que teima em não conseguir descolar do líder socialista. Se Sócrates não der muitos tiros nos pés e prosseguir a ronda de inaugurações de escolas, jardins de infância, lares de terceira idade e mini-mercados, o principal partido da oposição vai ter muito que penar.

A frase do dia

Carlos Castro - O que pensas de José Sócrates enquanto homem?
Judite de Sousa - É um homem muito interessante, perguntas como homem, e não como político. Está muito bem conservado.
in Correio da Manhã, 12 Setembro 2010

Fisgadas pré-presidenciais

Cavaco Silva - Sou um homem educado e respeitador, mas adorava acertar com a minha fisga naqueles dois «totós»...
Manuel Alegre - Ó Edite, roubaste-me os óculos escuros que eu usava no Parlamento?
Edite Estrela - É para te ver melhor, poeta Alegre!

O vómito

É verdade que a Europa está orfã de líderes carismáticos, mas pelo menos alguns deles têm o condão de animar as massas fruto da sua veia de competentes palhaços. Este domingo, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi manteve um encontro com a nova geração de políticos do seu partido, o Povo da Liberdade, e aconselhou os jovens a procurarem trabalho no estrangeiro, a não lerem jornais e a casarem com um milionário. São estes exemplos, de apelo à ignorância e ao facilitismo, que vêm da elite dirigente europeia. Mas Berlusconi não se ficou por aqui: «Sei que vou ser criticado, mas tenho de o dizer: fazem fila para casarem comigo, pois sou simpático, tenho dinheiro e até dizem que não tenho um mau desempenho, para além disso pensam que por ser velho vão ser meus herdeiros mais rapidamente».
Ao que parece os transalpinos até se revêem nesta gente. Um vómito.

O passeio imundo

A Avenida da Liberdade, em Lisboa, é uma artéria que vale milhões, dizem mesmo que é a 40ª mais cara do mundo, e reúne ao longo do quilómetro de extensão, entre os Restauradores e o Marquês de Pombal, lojas de luxo (Louis Vuitton, Prada, etc), restaurantes, hotéis de cinco estrelas e escritórios de advogados de elite. Acontece que a gestão camarária deste espaço da cidade sempre foi um desastre, nomeadamente no âmbito da limpeza e da conservação dos imóveis. A Avenida ainda tem prédios devolutos, esplanadas desenquadradas e sem charme, fontanários paralisados, com águas imundas e paradas, jardins por alindar, abundante folhagens por recolher. Isto já para não falar do punhado de indigentes que fazem dos bancos e dos recantos da Avenida o seu lar improvisado.
Honra seja feita a Santana Lopes, sempre tão criticado por estas paragens, que quando foi edil ainda procurou enfeitar o antigo Passeio Público com flores, mesmo que isso tenha custado um balúrdio aos depauperados cofres da autarquia. O actual vereador dos espaços públicos e da limpeza, o «Zé», que não é visto em público há meses, continua obcecado com as bicicletas, enquanto a cidade vai definhando. Para memória futura de turistas, Lisboa é a eterna cidade bonita e com uma luz única, mas insuportavelmente suja. Para tirar a prova, experimentem descer ou subir a Avenida.

Contra Meca em Nova Iorque

Tenso 9.º aniversário dos atentados do «11 de Setembro». As ameaças do reverendo pateta da Flórida e os protestos pela ideia de construir uma mesquita nas proximidades do «ground zero», marcaram as manifestações na «Big Apple». «Que Nova Iorque não se converta numa nova Meca», foi a frase mais ouvida.