20 setembro, 2011
Passos e a clareza meridional
Nesta coisa das entrevistas políticas, há sempre os indefectíveis e os bota-abaixo. Mas confesso que fiquei de olhos em bico ao ouvir Maria João Avilez, no limiar da histeria, confessar a sua admiração pela soberba prestação do Primeiro-Ministro na entrevista à RTP 1, ainda pública, considerando mesmo estarmos perante o nascimento de um «caso político». Uma espécie de «a new star has born». Na verdade, o Pedro apenas disse o óbvio ao afirmar que não metia os pés na Madeira, mas nunca falou em penalizar o prevaricar Jardim e a sua pandilha pela ocultação da massa. O resto da charla com Vítor Gonçalves foi mais do mesmo. Vamos cortar em 2012, 2013 e 2014, só não digo é bem onde, a não ser na saúde onde qualquer dia nem uma ambulância do 112 há para vir buscar uma pessoa a casa. Ou então, haja o que houver, as contas vão ficar em ordem, nem que a economia fique cadavérica. Já para não falar do desemprego. Nem uma palavra. Imaginem Passos Coelho na pele de um cirurgião que tenta salvar um paciente chamado Estado. A situação é crítica, mas o «sapateiro» Primeiro-Ministro, agora na pele do cirurgião, prefere cortar as duas pernas do doente, em vez de lhe prescrever um tratamento gradual e adequado. Ao outro chamavam-lhe determinado este, ao que parece, é claro e corajoso. Nós é que continuanos iguais, na merda.
Tragam palhaços, acrobatas e um advogado
Como o meu chapéu se o diretor do jornal «I», António Ribeiro Ferreira, não bater com os costados no tribunal para responder a uma queixa por difamação que lhe irá ser interposta por Alberto João Jardim. O editorial de hoje é assim a modos de picante e muito apalhaçado. Aqui vai só um cheirinho: «O palhaço Jardim, com ou sem máscara, goza com tudo e com todos porque sabe que é impune e está protegido de leis e poderes. O líder madeirense sabe como ninguém que não passa de um palhaço numa corte de palhaços. E por isso ri-se alarvemente na cara de Passos Coelho e de Cavaco».
Os gráficos de Medina
Dizem as más línguas que Medina Carreira e Mário Crespo se chatearam porque o pivô se recusava em passar os seus célebres gráficos. Para grandes males, grandes remédios. Medina Carreira tem agora 60 minutos ao seu dispor na TVI 24 onde, ao melhor estilo do Professor Marcelo e do mestre da bola, Rui Santos, esmiuça as razões da crise que ele, qual Nostradamus, antecipara no tempo da «outra senhora». O estilo é o mesmo. Os gráficos e os quadros são novos. Judite de Sousa é que fica num papel algo subalterno. Adiciona mais contraditório do que «Juca» Magalhães nas homilías de Marcelo, mas fica-se com a sensação, dado o patamar que a jornalista atingiu, que podia ter prescindido desta espécie de monólogo, algo mais elaborado, do «velho do Restelo» Medina. Para a semana há mais.
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