13 dezembro, 2011
Lagartos, pretos e outros lapsos de consciência
O «Correio da Manhã» faz hoje um comovente pedido de desculpas relativamente a uma peça publicada na véspera em que um redactor referiu-se ao Sporting como os «lagartos». Parece que não é a primeira vez que acontece. Admite-se que tenha sido um lapso provocado pelo inconsciente do jornalista. Só para dar um exemplo, é mesma coisa que chamar «indivíduo de cor» a um «indivíduo preto». É a mesma coisa, e não ofende. Na escrita é que pode dar raia. Não sei se me faço entender?!
A fazer uso de avultada indemnização
Desconhece-se se foi a técnica da força, ou a força da técnica, mas a verdade é que a RTP e Gabriel Alves chegaram a acordo quanto à verba que o canal do Estado teria de dispender para indemnizar o jornalista, após em 2007 o tribunal ter condenado a estação a pagar 550 mil euros. Gabriel foi despedido nesse ano, após mais de três décadas na RTP, que o dispensou alegando justa causa. Como nos serviços públicos não parece haver advogados e/ou juristas competentes, é mais uma vez o «Zé» a pagar a factura de uns quantos revanchistas que quiserem fazer a folha ao comentador que nem todo o país inteiro consagrou. A Gabriel sai-lhe o Euromilhões em idade de reforma, a RTP leva mais um rombo no seu caos contabilístico.
Prisioneiros dos tempos modernos
Dizer que o país está a saque, subjugado aos ladrões de arma em punho e aos outros que protagonizam as maiores trapaças pela calada, está longe de ser novidade. O clima de medo é que adquire novos contornos. No domingo, uma ourivesaria junto ao El Corte Inglés, tinha todo o ar de estar encerrada, mas eis que vislumbro o aviso escrito em letras de imprensa: «Estamos abertos. Se quiser entrar, toque à porta». Como não é barato contratar um agente gratificado para estar de plantão junto a uma loja, qualquer dia, pelo andar da carruagem, surge outro alerta, «Veja na montra, se desejar comprar, encomende na nossa página na internet».
Terroristas sem ideologia
Um cadastrado de origem magrebina quebrou ao início da tarde a pacatez da cidade de Liege, a 100 kms de Bruxelas. Sem nada fazer prever, arremessou uma granada para uma paragem de autocarro na Praça St. Lambert, ironia do destino, junto ao Palácio da Justiça, e a seguir disparou indiscriminadamente com uma Kalashnikov. A seguir, suicidou-se. Balanço: 5 mortos e mais de 70 feridos. As autoridades belgas descartam que estejamos perante um caso de terrorismo. Mas será que o terrorismo só se for por inspiração ideológica é que pode ser considerado como tal? O pior terrorismo é o sem motivo, e o pior terrorista é o desprovido de ideologia.
Caça ao pórtico
Os algarvios estão verdadeiramente marafados com a introdução das portagens na A22. No fim de semana um troço com pórticos foi baleado, já esta noite, em Algoz, pegaram lume ao maldito dispositivo que irrita por subtrair euros, a conta-gontas, à conta bancária dos automobilistas. Está aberta a caça ao pórtico.
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